Bolsonaro e Dória “disputam” início da vacinação no país
Para anunciar o início da vacinação em todo país, o Palácio do Planalto estuda desde a última quarta-feira, 13, organizar uma cerimônia no próximo dia 19 de janeiro, com a presença do presidente Bolsonaro (sem partido).
Como a data é anterior ao calendário anunciado pelo governador de São Paulo – 25 de janeiro -, João Doria (PSDB) estuda qual a melhor estratégia para garantir que vai ser o primeiro a anunciar o início da vacinação após o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em dezembro, Doria anunciou que a vacinação no Estado de São Paulo iria ser realizada no próximo dia 25 de janeiro. O anúncio pressionou o governo federal a correr atrás de uma data nacional. Nos bastidores, governo de São Paulo e governo federal correm para garantir a primeira foto da vacinação no Brasil.
Bolsonaro não quer dar “palanque” para João Doria, adversário político em 2022, e por isso, cobrou uma data do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. No próximo domingo, 17, a Anvisa vai se reunir para decidir a respeito do aval das vacinas no Brasil. Entre elas, a que é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Doria estuda um cenário para se antecipar à cerimônia de terça-feira, 19, no Palácio do Planalto.
No governo federal, um entrave para o peso que assessores querem dar para a estratégia de bater a primeira foto: o fato de o presidente Bolsonaro ter colocado em dúvida o tempo todo a eficiência das vacinas, além de repetir que, por ter sido contaminado, não precisa se vacinar. Ou seja: na contramão de líderes mundiais, como Joe Biden e Kamala Harris, Bolsonaro não sairia na foto sendo vacinado, como exemplo para a população de que apoia a vacinação.