Da noite de quarta-feira (13), quando o Santos atropelou o Boca Juniors e venceu por 3 a 0, até a tarde de sábado (30), final da Libertadores, o intervalo será de 17 dias.
Foi exatamente o número mágico de datas de treino para o Corinthians de Vagner Mancini, entre as vitórias contra Botafogo (2 a 0) e Fluminense (5 a 0).
A diferença é que os próximos 17 dias terão cinco jogos para o Palmeiras e quatro para o Santos. A maratona verde começa na noite desta sexta (15), contra o Grêmio. Depois, clássico contra o Corinthians, visitas ao Flamengo e ao Ceará e encontro com o Vasco para recuperar partida da primeira rodada.
O Santos visita o Botafogo, recebe Fortaleza e Goiás e viaja a Belo Horizonte para enfrentar o Atlético-MG, de Jorge Sampaoli, antes de pisar no Maracanã.
A quantidade aumenta as chances de lesão e, consequentemente, a imprevisibilidade da finalíssima da Libertadores. Sem contar o risco de algum craque contrair Covid-19, como o goleiro santista John, desfalque contra o Boca Juniors por causa da doença.
O Santos parece chegar mais forte, porque jogou bem duas vezes contra o Grêmio, duas contra o Boca, o clássico contra o São Paulo e eliminou três campeões da Libertadores nos mata-matas.
O Palmeiras jogou mal contra Internacional, Bragantino, Libertad, América-MG, River Plate… Verdade que foi muito forte na Argentina, contra o River, mas errou a estratégia e teve atuação de filme de terror na segunda semifinal.
Lembra um pouco a Copa do Brasil de 2015, quando o Santos estava melhor e seu próprio presidente, Modesto Roma, pediu o adiamento das finais por duas semanas. O Palmeiras se concentrou exclusivamente na decisão e foi campeão.
Desta vez, Abel Ferreira não pensa em um, mas em três torneios. O sucesso da temporada é inegável: campeão paulista, finalista da Libertadores e Copa do Brasil e só depende de si para ser campeão brasileiro.
Só São Paulo, Internacional e Palmeiras podem sonhar com o troféu nacional, se vencerem todas as suas partidas, sem esperar por tropeço de ninguém.
A temporada extraordinária pode ser analisada como fracasso retumbante se perder para o Santos, não vencer o Grêmio e terminar em quinto lugar no Brasileiro.
Por outro lado, o Palmeiras tem chance de repetir as cinco coroas de 1950-1951 e as cinco conquistas de 1972, anos em que venceu todas as competições que disputou.
Para alcançar tudo isso, seu adversário será o time mais impressionante da Libertadores.
O Santos perdeu Sampaoli, Sasha, Éverson, tinha um presidente confuso, que irritou o vestiário ao cortar 70% dos pagamentos durante a pandemia, manteve os salários atrasados e decidiu contratar Cuca.
Há dois anos, o técnico finalista da Libertadores dizia que o Santos teria de melhorar muito, depois de perder as oitavas de final contra o Independiente por inscrição irregular de Carlos Sánchez. Foi a única vez do Santos fora das quartas de final do maior torneio sul-americano de clubes desde 1984.
Os santistas levarão ao Maracanã a tradição que têm na Libertadores. Em agosto, quando foi consultado sobre voltar a um clube tão cheio de problemas, Cuca respondeu: “Eu estou com muita vontade. Conheço todos os problemas e vou fazer tudo dar certo, porque está na hora de voltar a trabalhar”.
O que se pede aos técnicos brasileiros, inquietude, Cuca sempre teve. Por isso, pode ganhar sua segunda Libertadores, a quarta do Santos.
Mas a final de 30 de janeiro dependerá de muitas coisas nesse intervalo de 17 dias.
LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.