Cinco meses após o anúncio da decisão do Exército Brasileiro de adquirir obuseiros autopropulsados ATMOS 2000 da Elbit Systems, a negociação permanece suspensa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as ações de Israel em Gaza, o que levou ao congelamento do projeto. Segundo informações do Defense News, fontes militares em Brasília que pediram anonimato relataram que o projeto não foi formalmente cancelado, uma vez que o presidente não emitiu qualquer ordem executiva para tal. O contrato, que previa a entrega de 36 obuseiros, tinha um valor estimado em US$ 210 milhões, cerca de R$ 1,09 bilhão, e foi resultado de uma decisão conjunta do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e do chefe do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, com o objetivo de reequipar as Forças Armadas.
Fontes indicaram que tanto o ministro da Defesa quanto o comandante do Exército estão empenhados em reverter a situação, destacando que a questão não é ideológica, mas pragmática. O ministro da Defesa havia declarado anteriormente que a aquisição não seria a responsável por sustentar o esforço de guerra israelense e manifestou esperança de convencer Lula a manter o acordo. Além disso, especialistas afirmam que optar por outro fornecedor resultaria em atrasos significativos e afetaria empresas brasileiras envolvidas na produção de peças e montagem final dos obuseiros.
A decisão de adquirir o ATMOS 2000 encerrava um processo de licitação que incluiu outros concorrentes, como a francesa KNDS com o modelo Caesar, a eslovaco-tcheca Konstrukta Defense e Excalibur com o Zuzana 2, e a chinesa NORINCO com o SH-15. Embora as tensões entre a Colômbia e Israel, também exacerbadas pelo conflito em Gaza, não tenham impactado a solicitação colombiana de 18 obuseiros ATMOS 2000, avaliada em US$ 102 milhões, o cenário permanece delicado.
*Com informações da Sputnik News.