Conhecida por suas performances contemporâneas feitas para chocar, não raro de gosto duvidoso, a diretora e coreógrafa austríaca Florentina Holzinger, 38 anos, andou causando rebuliço em plateias europeias com o espetáculo Sancta Susanna, uma crítica direta a como o cristianismo, segundo ela, freia a sexualidade feminina. Após a estreia, em Stuttgart, quase duas dezenas de espectadores precisaram de atendimento médico diante de cenas de sexo explícito e ferimentos praticados ao vivo, com direito a sangue — uma montagem, sob seu olhar muito peculiar, da ópera do compositor e violinista Paul Hindemith (1895-1963). Até a secretaria da cultura disparou contra a obra, que a autora tratou de defender. “O fato de, desde sempre, termos de lidar com discursos de ódio de fanáticos é parte do problema e a razão de fazer o espetáculo. Se não quer ver, não venha”, rebateu.
Com reportagem de Giovanna Fraguito, Mafê Firpo e Nara Boechat
Publicado em VEJA de 18 de outubro de 2024, edição nº 2915