A Escola Cívico-Militar Municipal Quinze de Novembro, localizada no distrito de Jaíba, em Feira de Santana, tem se destacado pela implementação de um modelo educacional que integra o conhecimento acadêmico e a formação cidadã dos estudantes. Com foco no protagonismo estudantil, a instituição oferece uma combinação de práticas pedagógicas inovadoras e infraestrutura moderna, proporcionando um ambiente de aprendizado que envolve desde a robótica até projetos de consciência ambiental.
No Laboratório 7.0, estudantes como Márcio Vinícius dos Santos, de 15 anos, e Wanderson Ferreira, de 13, exploram o universo da programação por meio de um software utilizado para movimentar um protótipo de robô. A metodologia aplicada, chamada C2E, que envolve compreender, executar e expandir, visa integrar o aprendizado dos conteúdos curriculares com as tecnologias educacionais. O monitor João Elias destaca que o uso de ferramentas da cultura maker permite aos alunos desenvolverem habilidades técnicas, além de estimularem competências socioemocionais.
O aluno Samuel Cerqueira Santos, de 13 anos, considera a experiência educacional oferecida pela escola enriquecedora, especialmente nas aulas de robótica. “A sala de robótica é a que mais me identifico”, afirma o estudante, que demonstra entusiasmo com as possibilidades que a escola proporciona. Enquanto isso, em outros espaços da instituição, o aprendizado continua com a utilização de representações do esqueleto humano no Laboratório de Ciências e Matemática, facilitando a compreensão dos sistemas corporais. Em Iniciação Científica, os alunos realizam experimentos com materiais de laboratório, como tubos de ensaio e microscópios, aprofundando seus conhecimentos científicos.
A professora Ariana Souza de Jesus observa uma melhora significativa no aprendizado dos alunos com o uso dos novos materiais didáticos. Ela destaca o entusiasmo dos estudantes e o impacto positivo nas avaliações de rendimento.
“Esses recursos têm sido um grande diferencial no processo de ensino-aprendizagem”, afirma a educadora.
A rotina escolar começa cedo, às 7h, com o desjejum para os 563 estudantes matriculados do 6º ao 9º Ano. Aqueles que estão no período integral recebem refeições, incluindo almoço e ceia, antes de retornar para casa às 17h30. No final do dia, ocorre o momento cívico, com o arriamento das bandeiras do Brasil, Bahia e Feira de Santana, seguido da execução do Hino Nacional. Este momento de formação cívico-militar reforça os princípios de cidadania e disciplina entre os alunos.
David de Jesus dos Santos, de 14 anos, aluno do 7º Ano, é um dos monitores mirins da escola. Ele ajuda a coordenar atividades extracurriculares e se destaca pelo comportamento disciplinado. “Aqui, aprendi muito e sou grato por isso”, diz David, que sonha em ser policial militar. Sua postura reflete o compromisso da escola em formar cidadãos responsáveis e comprometidos com a comunidade.
Inaugurada em maio deste ano, a Escola Cívico-Militar Quinze de Novembro conta com uma estrutura moderna composta por 16 salas de aula, incluindo espaços para laboratórios de Ciências, Matemática e Robótica, além de uma biblioteca, auditório, refeitório, quadra poliesportiva e outros ambientes. A escola tem se tornado um centro de aprendizado, com a utilização de recursos tecnológicos e didáticos voltados para a educação de qualidade.
A instituição também se destaca por seus projetos inovadores, como o “Estação de Tratamento de Esgoto e Aquaponia: Promovendo Hábitos Saudáveis na Escola”, que foi uma das dez propostas premiadas na 8ª edição do Prêmio Crianças Mais Saudáveis, organizado pela Nestlé. Este projeto, idealizado pela professora Adriana Peixoto Campos da Silva, utiliza um sistema de aquaponia, que combina o cultivo de hortaliças com a criação de peixes, promovendo a conscientização ambiental e hábitos alimentares saudáveis. A premiação, que incluiu recursos no valor de R$ 38 mil, está permitindo a construção do sistema de aquaponia, que será um modelo para a comunidade local.
Flávia Soares Boaventura, coordenadora da escola, acrescenta que o projeto ainda está em fase de implementação, com o apoio da Nestlé, e que ele ajudará a promover a sustentabilidade e a educação ambiental entre os estudantes e a comunidade.
“O objetivo é aproveitar a água tratada para cultivar hortas e criar tilápias, estimulando o reaproveitamento e a consciência ecológica”, explica a coordenadora.