A Policia Federal prendeu neste sábado Braga Netto, ex-vice de Bolsonaro na chapa de 2022. Veja detalhes na TVT News
PF prende Braga Netto
De acordo com informações do Blog da Andrea Sadi, da Globonews, e confirmada por outros veículos de imprensa, a Policia Federal prendeu neste sábado (14) o general Braga Netto, ex-vice de Bolsonaro na chapa de 2022. Ele é alvo do inquérito do golpe. A PF realiza buscas na casa dele.
A PF confirmou, em nota divulgada pela manhã, que os mandados de prisão e busca e apreensão foram autorizados pelo STF e os alvos estariam atrapalhando as investigações.
(informações em atualização)
Saiba como foi a prisão de Braga Netto
O general da reserva Braga Netto foi preso no Rio, em Copacabana. Foi entregue ao Comando Militar do Leste e fiou sob custódia do Exército.
Braga Netto é general da reserva do Exército, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa que perdeu a eleição de 2022.
A Polícia Federal indiciou Braga Netto, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid por tentativa de golpe de Estado.
Braga Netto foi elemento chave na tentativa de golpe, diz relatório da PF
O general da reserva Walter Braga Netto teve participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito, inclusive na tentativa de obstrução da investigação. A conclusão é da Polícia Federal (PF) no relatório que indicia o militar e mais 36 acusados.
O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.
Braga Netto concorreu nas eleições presidenciais de 2022 como vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. Também foi ministro-chefe da Casa Civil, de 2020 a 2021, e ministro da Defesa, de 2021 a 2022.
A investigação identificou que, após a elaboração do planejamento operacional para prender e matar o ministro Moraes, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva o vice, Geraldo Alckmin, o núcleo de militares das forças especiais do Exército, os denominados “FE”, realizaram um encontro no dia 12 de novembro de 2022, na residência de Braga Netto “para apresentar o planejamento das ações clandestinas com o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”, diz o relatório da PF.
A reunião contou com o tenente-coronel Mauro Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima. No encontro, o planejamento foi apresentado e aprovado pelo general Braga Netto.
Acordo de colaboração
Segundo a PF, uma busca realizada na sede do Partido Liberal (PL) encontrou um documento que descreve perguntas e respostas relacionadas ao acordo de colaboração premiada firmado por Mauro Cid com a Polícia Federal. O conteúdo indica se tratar de respostas dadas por Cid a questionamentos feitos por alguém, “possivelmente relacionado ao general Braga Netto, que aparenta preocupação sobre temas identificados pela Polícia Federal relacionados à tentativa de golpe de Estado”.
Outros elementos de prova demonstram que Braga Netto buscou, por meio dos genitores de Cid, informações sobre o acordo de colaboração.
Operação 142 e Braga Netto
No material apreendido na sede do PL, mais especificamente na mesa do assessor do general Braga Netto, coronel Peregrino, foi encontrado um esboço de ações planejadas para a denominada “Operação 142”. O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal que trata das Forças Armadas.
O documento propõe ações que incluem “interrupção do processo de transição”, “mobilização de juristas e formadores de opinião” e “enquadramento jurídico do Decreto 142 (AGU e MJ)”.
O relatório encerra com o texto “Lula não sobe a rampa”. Segundo a PF, em uma clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência.
“O documento demonstra que Braga Netto e seu entorno, ao contrário do explicitado no documento anterior, tinha clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando uma interpretação anômala do art. 142 da Constituição Federal, de forma a tentar legitimar o golpe de Estado”, diz o relatório.
Saiba quem são os 37 bolsonaristas acusados pela PF
Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, Braga Netto, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto, entre outros do núcleo bolsonarista foram indiciados hoje (21) pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de estado, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa. A organização, inclusive, pode estar envolvida na tentativa de assassinar Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes em 2022.
Além disso, pesam sobre eles a organização intelectual da tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2026. Naquela data, bolsonaristas invadiram Brasília e destruíram a sede dos poderes. O motivo era tentar emplacar um golpe de Estado para manter Bolsonaro e membros do Exército no poder, contra a democracia.
Esta é a primeira vez que um presidente eleito em período democrático é indiciado por tramar contra as instituições do Estado. As provas são fartas e robustas. Elas foram coletadas durante dois anos de investigações.