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PE: Companheiro João de Chico e o legado de um camponês revolucionário no Agreste de Pernambuco

PE: Companheiro João de Chico e o legado de um camponês revolucionário no Agreste de Pernambuco

No dia 05 de novembro de 2024, depois de 77 anos de existência, a vida abandonou o corpo de João Laurentino da Silva, o valoroso companheiro João de Chico da Área Revolucionária José Ricardo, no Agreste Pernambucano. A firmeza e a alegria foram as principais expressões de seu legado em defesa da Revolução Agrária. Deixou esposa, filhos e netos comprometidos com a luta revolucionária.

Nascido na localidade de Brejo de Lonha e criado nas terras do antigo latifúndio da Fazenda Riachão de Dentro, no município de Lagoa dos Gatos-PE. Seu pai, famoso pistoleiro da região, Chico do Brejo, trabalhou em regime de servidão para o latifundiário Coronel Cordeirinho. Abandonando o triste legado de seu pai, o companheiro João de Chico constituiu família e, junto de sua esposa, Maria Anunciada da Silva, tiveram 14 filhos e foi explorado pelos latifundiários da cana-de-açúcar para poder sustentar sua família.

A realidade de João de Chico e toda sua prole foi alterada quando conheceu a luta pela terra organizada pelo companheiro José Ricardo, que liderou os camponeses do Agreste Pernambucano para conquistar suas terras e destruir o latifúndio. Levantou acampamento, enfrentou repressão policial e a dureza da luta camponesa. Sempre foi um grande agitador, cantava as canções da luta com muita alegria e contagiava toda a gente. Na hora do trabalho cooperado, sempre puxava o grupo com palavras de encorajamento.

Durante os momentos de dúvida, onde forças oportunistas tentaram derrotar o caminho da Revolução Agrária, o companheiro João de Chico enfrentou todos os despejos da PM e sempre voltou a retomar as terras das mãos do latifúndio, lutou para libertar José Ricardo da cadeia e depois defendeu o Corte Popular, lutou em defesa da direção política da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e pela aplicação de todo seu programa revolucionário.

João de Chico também foi um grande admirador de vaquejadas e cavalgadas. Criava cavalos e organizava atividades de passeios com amigos, também frequentava os parques de vaquejadas. Desta forma, conheceu a expressão cultural da canção de aboio e produzia alguns versos de repente.

Há alguns anos, após descobrir câncer, João de Chico travou suas últimas batalhas com a mesma firmeza de outras lutas. Diante desta situação, em dezembro de 2021, foi homenageado com o troféu “Servir ao povo de todo coração”, uma pequena honraria em vida para um grande companheiro de luta. A despedida ao companheiro João de Chico foi marcada por palavras de ordem de ativistas da LCP e versus de aboio dos amigos de cavalgada.

Atualmente, os filhos e os netos do companheiro João de Chico permanecem na Área Revolucionária José Ricardo, participam da Assembleia Popular, trabalham nos Grupos de Ajuda Mutua e continuam o legado de defesa da Revolução Agrária, inclusive apoiando as lutas que acontecem em outras áreas da região. 

Diante da situação explosiva em que se encontra a luta de classes no Brasil, principalmente no campo, precisamos saudar cada vez mais a memória de camponeses revolucionários. Porque não haverá uma grande Revolução Agrária no Brasil sem camponeses revolucionários espalhados pelos quatro cantos do país. João de Chico e seu legado são as provas dessa afirmação.

Fonte: anovademocracia.com.br

Publicado em: 2024-12-30 14:34:00 | Autor: Maxuel Chaves |

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