Na manhã de segunda-feira (30), a polícia militar de Rondônia voltou a atacar os camponeses do Acampamento Nova Esperança. O acampamento, localizado na Fazenda Capão da Onça, em Nova Brasilândia, tem sido alvo recorrente de ataques que buscam despejar e intimidar os camponeses. 

Em denúncia enviada ao AND, a incursão policial tentou remover as famílias à força, incluindo ataques a tiros contra mulheres, crianças e homens. O ataque deixou vários feridos e, sem acesso a atendimento médico, as vítimas permanecem no acampamento em condições precárias e sem a possibilidade de sair. Além disso, os posseiros denunciam que todas as suas motocicletas foram confiscadas pelos policiais, sem explicações sobre o destino ou justificativa para a apreensão.

Essa não é a primeira ação da PM contra as famílias, que estão acampadas na fazenda desde que a área foi identificada como terra pública apta a ser destinada para reforma agrária. Apesar disso, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) ainda não cumpriu o compromisso assumido em agosto de 2024 de realizar um levantamento populacional no local.

Em 25 de novembro, a Polícia Militar do estado realizou uma ação que resultou na retirada forçada de famílias acampadas na Fazenda Capão da Onça, localizada na zona rural de Nova Brasilândia. De acordo com as denúncias, essas pessoas foram despejadas sem ordem judicial e abandonadas em locais precários, como a quadra poliesportiva da cidade e o pátio de uma igreja católica, onde sofreram pressões para desocupar os espaços.

Desde 2021, tramita uma ação de reintegração de posse movida por um latifundiário, mas o processo foi arquivado por falta de movimentação do autor. Ainda assim, as famílias enfrentam constantes ameaças, tanto de incursões policiais quanto da atuação de pistoleiros na região.