A reportagem do Calila Notícias fez uma pesquisa através do Google, maior site de pesquisa do mundo e constatou que apenas duas cidades não tem a sede do poder executivo. O arquipélago de Fernando de Noronha que pertence ao estado de Pernambuco e Brasília-DF, ambos não elegem prefeito (a).

Fizemos a busca através do Google imagens de forma aleatória de diferentes cidades do Brasil e encontramos a fotografia do paço municipal em pelo menos 20 municípios e certamente se fizer uma busca mais ampla pode ser encontrado fotos de todas as prefeituras do País.

Prefeitos de 5.569 municípios tomaram posse na última quarta em todo o país, tradicionalmente, de forma simbólica no primeiro dia eles visitam a sede do poder executivo onde está instalado o gabinete, mas em Conceição do Coité, na região sisaleira da Bahia, distante 210 km de Salvador  e 100km de Feira de Santana, considerada entre as 32 mais populosas do Estado, o prefeito governa sem prefeitura.

O prefeito Marcelo Araújo (União Brasil) foi eleito em 2020 e geriu o município durante os 4 anos sem ter sentado na cadeira do gabinete de prefeito porque não existe Prefeitura, a sede do Paço Municipal foi abandonada pelo ex-prefeito Francisco de Assis (PT) na metade do seu mandato de 8 anos entre 2013 e 2020, quando alugou um imóvel particular e transformou a sede do executivo em duas secretarias.

Marcelo Araújo fez o mesmo, manteve o imóvel que foi construído na gestão de seu pai Hamilton Rios no início da década de 1980 por um certo período ocupado por secretárias e usou seu escritório particular da empresa de sisal que fica a 6 km de distância para despachar como prefeito e a ferramenta WhatsApp que segundo ele atendia até 200 pessoas/dia. Ele respondeu uma indagação da oposição e revelou isto – relembre.

Araújo demonstrou que o espaço físico para trabalhar não representa muita coisa, para ele não é necessário. Ele conseguiu junto a Câmara Municipal que fica ao lado da sede do executivo a permissão para realizar a reforma do imóvel e ceder o espaço a Secretaria Municipal de Educação, “matando de uma vez por todas”  a sede símbolo do Executivo municipal. Ele concluiu o mandato, inaugurou diversas obras de infraestrutura, apresentou sua proposta de plano de Governo ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para o novo mandato e não consta a construção de uma nova Prefeitura.

Prefeito não perdeu nada por não administrar em gabinete

O prefeito Marcelo Araújo que se candidatou pela primeira vez para disputar um cargo público em 2020, mesmo sendo de berço político, já que é filho de Hamilton Rios [falecido] ele que governou Coité por dois mandatos, irmão de Tom Araújo prefeito de Coité de 2001 a 2004, deputado estadual de 2011-2015 e 2015-2019. 2019-2023, além de primo de Éwerton Rios d’Araújo Filho “Vertinho” que teve três mandatos de prefeito, nunca havia se envolvido e sofreu as consequências de uma disputa, mas prevaleceu a força do grupo que governou o município durante 40 anos consecutivos, para vencer a eleição, que também contou com ajuda do prefeito Assis que apresentou um nome que teve muita rejeição dentro do próprio grupo.

O prefeito que nos primeiros quatro anos se destacou após ter resgatado o Coité Folia e a realização do Natal Luz algo que se assemelha a decoração natalina em Gramado-RS, conquistou a população que não quis tomar conhecimento se a cidade tem ou não Prefeitura, e lhe deu a reeleição com a maior vitória da história do município, obtendo mais de 27 mil votos, superando com folga os outros dois concorrentes Assis (PT) e Val (PSD).

A falta de uma sede do Poder Executivo atinge apenas uma pequena minoria que cultiva a história e a tradição.

Em Irecê o prefeito também vai ficar um grande período sem gabinete  

Na cidade de Irecê o prefeito Murilo França do PSB também vai precisar administrar de forma parecida com Marcelo Araújo. Há mais de um ano a sede do poder executivo foi demolida no centro da cidade para construção de um centro administrativo em local mais amplo, porém, o CN esteve no local e constatou que não se sabe quando, mas o gestor deve, até o fim do mandato ter o prazer de sentar na cadeira do gabinente, já que a obra é uma realidade.