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Esporte

Dona do Pacaembu assume gestão do parque Campo de Marte – 22/01/2025 – Cotidiano

Dona do Pacaembu assume gestão do parque Campo de Marte – 22/01/2025 – Cotidiano

O grupo econômico que já tem a concessão do Pacaembu assinou nesta quarta-feira (22) contrato para ser também o concessionário do principal reduto do futebol de várzea na cidade de São Paulo, no Campo de Marte, na zona norte.

Cinco dos clubes que têm ali seus campos desde os anos 1970 agora contarão com espaços “padrão Fifa”, alguns deles em grama sintética como do Pacaembu, que serão construídos pela concessionária para serem geridos por essas associações. A empresa, porém, terá direito a alugá-los a terceiros por 50% do tempo.

O grupo promete uma “sinergia” entre o Pacaembu e os campos de várzea. “Quando você tem um estádio tão relevante quanto o Pacaembu dentro de uma gestão de um grupo econômico, qualquer outro equipamento esportivo que venha a ser incorporado vai ser trabalhado para que todas as sinergias sejam exploradas. A gente quer outros times também utilizem essa infraestrutura. A gente poderia, por exemplo, receber jogos das fases preliminares da Copinha nesses campos”, diz Rafael Carneiro Bastos de Carvalho, diretor e sócio das duas concessionárias —a Allegra Pacaembu e a Campo de Marte.

O novo parque surge três anos depois de acordo firmado entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o então presidente Jair Bolsonaro (PL), em que a Prefeitura de São Paulo repassou à União parte do terreno do Campo de Marte, incluindo o aeroporto, em troca da quitação de uma dívida histórica de R$ 25 bilhões da cidade com a União.

O município ficou com terreno de 406 mil m², que atualmente tem os seis clubes, cada um com campo de futebol e estrutura de bar e churrasqueira, uma cancha de bocha, uma grande área verde e o estacionamento onde costumam ficar os carros alegóricos após os desfiles de Carnaval, na avenida Olavo Fontoura.

É essa área que foi concedida ao consórcio liderado pela Progen e que também conta com a família que comanda a Camil, empresa de alimento, único interessado no edital encerrado em agosto, com oferta de R$ 308 mil de outorga fixa.

A empresa que assinou contrato nesta quarta e que ganhou nome de concessionária Campo de Marte, tem seis meses para apresentar seu masterplan, o projeto do que pretende fazer com o espaço. Entre as obrigações está o de criar um parque com acesso gratuito e equipamentos esportivos, e, em seis meses depois de tomar posse, os cinco centros de convivência.

Cada um deles será gerido por um clube, com campo de futebol, área administrativa, lanchonete e churrasqueiras. Os clubes são o Esperança (fundado em 1958), o Baruel (1941), o Paulista (1968), o Sade (1953) e o Pitangueira (1938). De acordo com pesquisa do arquiteto Fabio Farah Cavaton, todos tinham seus campos em outros lugares, foram desalojados e encontraram nova casa no Campo de Marte por volta dos anos 1970.

“O espaço dos campos será de responsabilidade da associação. Tudo será de nossa responsabilidade: segurança, funcionários, limpeza, água, luz, etc.”, diz Otacílio Ribeiro Filho, diretor da Sociedade dos Clubes Mantenedores do Complexo.

A entidade representa os cinco clubes e, de acordo com o edital de concessão, precisa firmar um contrato com a concessionária regulando essa relação. Os clubes fazem questão de seguir utilizando os campos nos finais de semana, como é desde sempre. Alguns times da zona norte, por mais que não tenham sua sede social lá, têm horário fixo nos campos há décadas. “Precisamos deles aos finais de semana para pagar as contas”, afirma o representante dos clubes.

A concessionária diz que ainda vai conversar com as entidades. O modelo referencial usado no edital prevê pelo menos R$ 4 milhões anuais para a empresa em receita de aluguel desses campos.

“Não faria sentido do ponto de vista da concessionária nem da associação a gente fazer qualquer movimento ou negociação antes da assinatura do contrato. Então agora a gente entra em uma fase de transição. Durante esse período vão ser feitas todas as negociações, não só com associação”, diz Rafael Carvalho.

A empresa diz que a localização exata dos campos ainda será estudada, assim como quais terão grama natural e quais serão sintéticos. Hoje os campos são literalmente de várzea e alagam facilmente com as chuvas. “Vai ser feito um grande projeto de drenagem para que todo o parque fique seguro para a utilização da população durante as chuvas inesperadas”, diz o empresário.

O modelo referencial também prevê um prédio de três andares, em uma área de 14 mil m², com academia, coworking, lojas, centro gastronômico e rooftop, que seria responsável por mais de 80% das receitas do concessionário.

O novo concessionário diz ainda não saber ao certo o que será construído, mas garante que o espaço não será um shopping.

“Não tem shopping dentro do Pacaembu e não vai ter shopping dentro do parque Campo de Marte. As áreas comerciais e áreas locais que vão ser criadas, elas são acessórias à alocação do equipamento. Quando for apresentado o market plan vão ficar claras quais vão ser as áreas comerciais e quais vão ser as novas áreas esportivas que vão ser implementadas”, diz Carvalho.

Fonte: redir.folha.com.br

Publicado em: 2025-01-22 20:00:00 | Autor: Demétrio Vecchioli |

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