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Apetite de Trump pode colocar a Amazônia em xeque? Como o Brasil pode se defender?

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Apetite de Trump pode colocar a Amazônia em xeque? Como o Brasil pode se defender?

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Sputnik Brasil

A política expansionista do presidente dos EUA Donald Trump já colocou em pauta a intervenção americana na Groelândia e no Canal do Panamá. Com um apetite que… 28.01.2025, Sputnik Brasil

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Em entrevista ao Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, Guilherme Sandoval, professor de direito constitucional da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) e pós-doutor em geopolítica, cultura e direito pela Universidade da Força Aérea (UNIFA), explicou sobre a possibilidade da Amazônia sofrer ameaças do líder americano. Caso entrasse na lista do republicano, o Brasil teria forças militares para defender a floresta? Qual a chance de uma ameaça à Amazônia por parte dos EUA?No atual cenário, segundo Sandoval, a Amazônia, como ainda não está sendo explorada por qualquer potência, se exime de ameaças. Entretanto, “se a Amazônia começar a fazer um projeto de desenvolvimento próprio, trazendo investimentos chineses, trazendo investimentos europeus, aí sim, vai haver o interesse americano da região”, afirma, afirmando que a partir daí pode haver, inclusive, uso da força. O interesse na Amazônia entra no mesmo contexto do canal do Panamá e da Groenlândia, uma vez que, conforme explica o analista, são pontos estratégias para os EUA “buscarem musculatura novamente”.Se, por ora, parece interessante não estarmos sob ameaça no contexto atual, por outro lado mostra “que a gente não tem grande estratégia para a Amazônia”, diz Sandoval. “Não tem um projeto de biodiversidade, não tem um núcleo estratégicos de desenvolvimento da Amazônia”, acrescenta. Brasil precisa de uma grande estratégia para reafirmar sua soberania?Guilherme Sandoval defende que o Brasil crie uma grande estratégia que projeta o seu desenvolvimento em todas as esferas do poder nacional. Como exemplo na estratégia de segurança nacional, o analista afirma que o país deveria aderir uma política nos moldes da National Security Strategy (NSS) dos EUA. Conforme o especialista, desde o fim da Guerra Fria, com o presidente Bill Clinton, os EUA já organizam sua grande estratégia. Se o que norteou o planejamento de Clinton foi uma política de globalização da economia, com Trump e o American First há um “rigoroso reconhecimento de perda da competitividade em vários pontos e a necessidade de fazer um protecionismo”. A título de comparação, Sandoval explica que a NSS tem três grandes objetivos: manter a hegemonia militar dos Estados Unidos, fortalecer a economia americana a todo momento e promover a democracia ao redor do mundo.Nesse sentido, o analista afirma que o Brasil deve voltar a sua grande estratégia com objetivos baseados no artigo terceiro, inciso 1 a 4, da sua carta maior, a Constituição. Alcançar os objetivos constitucionais deve ser uma das premissas da grande estratégia indicada pelo analista. Outro ponto importante, segundo ele, é o imperativo categórico da geopolítica brasileira. Segundo Sandoval, baseado na teoria do poder perceptível de Ray Cline, o imperativo categórico brasileiro é estar entre as cinco maiores potências do globo. Sendo a terceira premissa, de acordo com ele, o potencial brasileiro. A partir dessas três premissas, Sandoval defende que a grande estratégia brasileira deve, então, se concentrar no contexto internacional.Além do arco amazônico, a comunidade andina também tem que estar nos planos para o desafio do estrategista brasileiro para o horizonte temporal até 2050, que “é liderar essa região, fazendo a interconexão destes três grandes conjuntos geopolíticos”.Aqui a Amazônia tem papel fundamental, conforme o analista. Para isso a integração sul-americana devem ser criados núcleos estratégicos de desenvolvimento da biodiversidade da Amazônia, junto com os parceiros. A mesma coisa deve acontecer na Amazônia Azul, segundo Sandoval.Ainda no contexto internacional, Sandoval cita o desafio do Brasil em se projetar para todo o Atlântico Sul, para a África Ocidental e, em seguida, para a Antártica e também para o Ártico. Para fechar, ele ressalta a tríade de relações com o poder mundial, ou seja, União Europeia, EUA, China e o próprio BRICS. Sandoval vê esse projeto como essencial para a soberania brasileira, mas afirma que “nós não temos essa grande estratégia, infelizmente. Não temos essa grande estratégia de forma sistematizada, de forma estudada cientificamente”. Retomando Ray Cline, ele afirma que dentro da fórmula do estudioso, o W representa a vontade de realizar os objetivos. “O W é a grande estratégia que nós não temos. Ora, se eu não tenho uma grande estratégia, eu vou sempre, meu poder perceptivo sempre vai ser o que nós temos até hoje”, reitera.

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Em entrevista ao Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, Guilherme Sandoval, professor de direito constitucional da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) e pós-doutor em geopolítica, cultura e direito pela Universidade da Força Aérea (UNIFA), explicou sobre a possibilidade da Amazônia sofrer ameaças do líder americano.

Caso entrasse na lista do republicano, o Brasil teria forças militares para defender a floresta?

Qual a chance de uma ameaça à Amazônia por parte dos EUA?

No atual cenário, segundo Sandoval, a Amazônia, como ainda não está sendo explorada por qualquer potência, se exime de ameaças.

Entretanto, “se a Amazônia começar a fazer um projeto de desenvolvimento próprio, trazendo investimentos chineses, trazendo investimentos europeus, aí sim, vai haver o interesse americano da região”, afirma, afirmando que a partir daí pode haver, inclusive, uso da força.
Um dos principais cursos d'água da Amazônia, rio Negro com floresta densa nas margens. Manaus, 6 de julho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 05.09.2024

Das florestas às cidades: como entender ‘as muitas Amazônias’ ajuda na conservação do bioma?
O interesse na Amazônia entra no mesmo contexto do canal do Panamá e da Groenlândia, uma vez que, conforme explica o analista, são pontos estratégias para os EUA “buscarem musculatura novamente“.

Se, por ora, parece interessante não estarmos sob ameaça no contexto atual, por outro lado mostra “que a gente não tem grande estratégia para a Amazônia”, diz Sandoval. “Não tem um projeto de biodiversidade, não tem um núcleo estratégicos de desenvolvimento da Amazônia”, acrescenta.

Brasil precisa de uma grande estratégia para reafirmar sua soberania?

Guilherme Sandoval defende que o Brasil crie uma grande estratégia que projeta o seu desenvolvimento em todas as esferas do poder nacional. Como exemplo na estratégia de segurança nacional, o analista afirma que o país deveria aderir uma política nos moldes da National Security Strategy (NSS) dos EUA.

Conforme o especialista, desde o fim da Guerra Fria, com o presidente Bill Clinton, os EUA já organizam sua grande estratégia. Se o que norteou o planejamento de Clinton foi uma política de globalização da economia, com Trump e o American First há um “rigoroso reconhecimento de perda da competitividade em vários pontos e a necessidade de fazer um protecionismo“.

“Isso posto, eu queria mostrar que a gente não tem uma estratégia desse tipo, infelizmente. Uma grande estratégia brasileira, ela teria que ser moldada nesse sentido, ou seja, ela se volta para o que a gente chama de núcleos estratégicos, que nada mais são que núcleos estratégicos, nada mais é do que a hélice tríplice. Essa grande estratégia do presidente Clinton, todas elas são voltadas para as empresas americanas, multinacionais, são voltadas para a pesquisa de alta tecnologia, de inovação tecnológica, o próprio governo fazendo marcos regulatórios, fazendo leis”, destaca.

A título de comparação, Sandoval explica que a NSS tem três grandes objetivos: manter a hegemonia militar dos Estados Unidos, fortalecer a economia americana a todo momento e promover a democracia ao redor do mundo.

Militar vigiando a Amazônia Azul, em 12 de janeiro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 16.11.2024

Amazônia Azul: é preciso mudar pensamento social de que o Brasil não tem ameaças, diz historiadora

Nesse sentido, o analista afirma que o Brasil deve voltar a sua grande estratégia com objetivos baseados no artigo terceiro, inciso 1 a 4, da sua carta maior, a Constituição.

“Os objetivos da grande estratégia brasileira rigorosamente são os que estão no artigo terceiro, soberania do país, promover o desenvolvimento nacional, reduzir pobreza, marginalização, acabar com as desigualdades sociais e regionais, gerar uma sociedade livre, justa e solidária”, comenta.

Alcançar os objetivos constitucionais deve ser uma das premissas da grande estratégia indicada pelo analista. Outro ponto importante, segundo ele, é o imperativo categórico da geopolítica brasileira.

Segundo Sandoval, baseado na teoria do poder perceptível de Ray Cline, o imperativo categórico brasileiro é estar entre as cinco maiores potências do globo. Sendo a terceira premissa, de acordo com ele, o potencial brasileiro.

“O Brasil tem todo o potencial de recursos naturais para se transformar numa grande superpotência energética, alimentar, que já é muito próxima disso, e uma superpotência aquífera”, analisa.

A partir dessas três premissas, Sandoval defende que a grande estratégia brasileira deve, então, se concentrar no contexto internacional.

Pesquisadores do Centro Polar e Climático, da UFRGS, à frente do navio quebra-gelo científico Akademik Tryoshnikov, do Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica (São Petersburgo, Rússia) durante a cerimônia de lançamento da Expedição Internacional de Circum-Navegação Costeira Antártica, em 22 de novembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 22.11.2024

A bordo de quebra-gelo russo, Brasil lidera expedição inédita à Antártica

“Essa grande estratégia, a partir dessas três premissas, ela deve ter três grandes vertentes. A primeira vertente de uma grande estratégia brasileira é a que a gente chama de tríade sul-americana. O que é a tríade sul-americana? É rigorosamente a ideia de que o Brasil tem que, por iniciativa estratégica própria e por liderança brasileira na região, fazer a interligação do arco amazônico, que é o nosso debate aqui, a Amazônia”.

Além do arco amazônico, a comunidade andina também tem que estar nos planos para o desafio do estrategista brasileiro para o horizonte temporal até 2050, que “é liderar essa região, fazendo a interconexão destes três grandes conjuntos geopolíticos“.

Aqui a Amazônia tem papel fundamental, conforme o analista. Para isso a integração sul-americana devem ser criados núcleos estratégicos de desenvolvimento da biodiversidade da Amazônia, junto com os parceiros. A mesma coisa deve acontecer na Amazônia Azul, segundo Sandoval.

Nesse sentido, o estrategista “vai criar núcleos estratégicos, criar empresas, nem que sejam empresas multinacionais que vêm investir na região, vão criar núcleos estratégicos de exploração da biodiversidade da Amazônia Azul. Essa é a grande estratégia para isso, para dar direção para o país, para dar direção para onde o país quer ir”, prospecta.
Bandeira nacional brasileira junto a bandeira do Mercosul do lado de fora do Palácio do Planalto, em Brasília. Brasil, 29 de novembro de 2016 - Sputnik Brasil, 1920, 19.11.2024

Análise: postura pragmática garante à América Latina investimentos estrangeiros e soberania
Ainda no contexto internacional, Sandoval cita o desafio do Brasil em se projetar para todo o Atlântico Sul, para a África Ocidental e, em seguida, para a Antártica e também para o Ártico. Para fechar, ele ressalta a tríade de relações com o poder mundial, ou seja, União Europeia, EUA, China e o próprio BRICS.
Sandoval vê esse projeto como essencial para a soberania brasileira, mas afirma que “nós não temos essa grande estratégia, infelizmente. Não temos essa grande estratégia de forma sistematizada, de forma estudada cientificamente”.

Retomando Ray Cline, ele afirma que dentro da fórmula do estudioso, o W representa a vontade de realizar os objetivos.

“O W é a grande estratégia que nós não temos. Ora, se eu não tenho uma grande estratégia, eu vou sempre, meu poder perceptivo sempre vai ser o que nós temos até hoje”, reitera.

“O Brasil vai ser sempre o país do futuro. O país do futuro por quê? Porque a gente não criou núcleos estratégicos próprios”, finaliza.

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Fonte: noticiabrasil.net.br

Publicado em: 2025-01-28 14:59:00 | Autor: |

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