Na última quinta-feira (23/01) cerca de 50 estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizaram uma combativa ocupação na Reitoria contra o atraso dos pagamentos dos auxílios e bolsas estudantis, causado pelos sucessivos cortes do atual governo de turno à educação pública. Esta é a segunda ocupação ocorrida na UFBA no semestre em curso, após a realizada na Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (PROAE) em outubro do ano passado.

A concentração se iniciou às 10h na entrada do salão nobre. Ao ocuparem o prédio, os estudantes realizaram diversas intervenções e denúncias sobre a grave situação em que se encontram em decorrência da falta de pagamento dos auxílios e bolsas, que vai desde não conseguirem abastecer suas residências ou pagar transporte até ameaças de despejo pelos atrasos no aluguel. Problemas como a precarização da estrutura predial, dos ônibus da faculdade e dos restaurantes universitários também foram ativamente denunciados.

Os manifestantes carregavam consigo cartazes com dizeres “Burocracia não enche geladeira”, “Pague nossas bolsas”, “Cadê o respeito com os estudantes?”. Os estudantes também  levantaram uma faixa branca que clamava “Assistência estudantil já!” e uma vermelha que afirmava “Contra o sucateamento e a precarização: rebelar-se é justo!”.

Em entrevista ao correspondente de AND, um estudante relatou que os auxílios e bolsas devem cair até o 10º dia útil e que, assim como no mês de janeiro, já ocorreram mais atrasos no pagamentos de auxílios, ademais de outros problemas como os cortes repentinos da oferta de proteína no restaurante universitário (RU).

A ocupação da reitoria da UFBA acontece em meio aos sucessivos cortes de verbas promovidos pelo arcabouço fiscal e a política de “déficit fiscal 0”. Diante desse cenário, a posição entre os estudantes não parece ser de resignação. 

Durante o ato, os estudantes convocaram a mobilização permanentemente contra os ataques aos direitos democráticos dos estudantes e a formação de um fórum permanente de acompanhamento das demandas estudantis, prometendo elevar as mobilizações para preparar a grande greve de ocupação estudantil.