Ganhador do Oscar de melhor filme internacional no último domingo, Ainda Estou Aqui pode “batizar” uma nova lei.
Dois dias antes da premiação, o deputado federal Carlos Veras (PT-PE) apresentou um projeto de lei com o nome do filme, na última sexta-feira, para criar o Cadastro Nacional de Cinemas Tradicionais e “dispor sobre a exibição nesses cinemas de obras cinematográficas brasileiras de longa-metragem premiadas”.
Segundo a proposta do parlamentar pernambucano, o projeto tem o objetivo de “ampliar o acesso ao cinema nacional e de contribuir para a preservação do vínculo simbólico e cultural desses espaços com a população”.
“Cinemas de rua, históricos, ou fora dos grandes circuitos de exibição, como o Cine Brasília, o São Luiz do Recife, o Cine Arte UFF em Niterói e o Banguê em João Pessoa, são preteridos na distribuição de filmes com grandes lançamentos, o que ameaça sua viabilidade econômica, compromete sua função cultural e simbólica, e contribui para a sua progressiva marginalização no mercado”, afirmou Veras na justificação.
Ele citou uma manifestação do diretor e crítico de cinema Kléber Mendonça Filho, que apontou a exclusão de salas de cinema tradicionais dos lançamentos de filmes nacionais de grande porte e defendeu que os espaços tenham acesso imediato às estreias.
A proposta do deputado busca garantir que as salas de cinemas tradicionais tenham acesso à distribuição de produções audiovisuais nacionais premiadas desde a semana de estreia. “Além de incentivar a valorização e preservação desses espaços, a proposta de Lei ‘Ainda Estou Aqui’ cria condições para que eles disputem de maneira mais justa com as grandes redes comerciais, promovendo diversidade e equilíbrio no mercado cinematográfico”, escreveu.
Com a criação do Cadastro Nacional de Cinemas Tradicionais, as salas também poderão ser beneficiadas por políticas públicas voltadas à sua manutenção e sustentabilidade.
Publicado em: 2025-03-06 09:30:00 | Autor: Gustavo Maia |