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JOSÉ MACIEL – AGRONEGÓCIO: UMA NOTÍCIA BOA E OUTRA NEM TANTO

JOSÉ MACIEL – AGRONEGÓCIO: UMA NOTÍCIA BOA E OUTRA NEM TANTO

Em abril do ano passado, o governo brasileiro, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), contemplou a  Bahia e outros Estados  com o status de Estado Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Esse é um estágio importante que pode permitir ao Brasil e suas unidades da federação acessar e conquistar mercados exigentes do ponto de vista sanitário, que só consomem e importam carne livre de aftosa sem vacinação, a exemplo do Japão , Coreia do Sul, Canadá, EUA, México e outros países. Nações da América do Norte, Central e Caribe já são detentoras desse status há muitas décadas.

No início de maio de 2024, o Brasil encaminhou o pleito de reconhecimento internacional desse estágio à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), com sede em Paris, cuja chancela é parte importante para viabilizar negociações comerciais e  acesso aos mercados de carne mais exigentes e remuneradores. A OMSA exige que o país requerente  fique sem vacinar o rebanho por 12 meses e demonstre ter um sistema sanitário confiável e capaz de evitar novas ocorrências da doença. Agora, no início de maio de 2025, o nosso país completa os 12 meses sem vacinação e sem ocorrência da  enfermidade aqui citada; portanto, a   qualquer momento, em maio ou junho próximo,  a OMSA deve decidir sobre o pleito brasileiro.

Confiante num desfecho favorável, o governo brasileiro iniciou tratativas com o Japão e com o Vietnã em recente viagem do presidente Lula para acessar o ingresso de nossa carne nesses mercados. O Japão, com 125 milhões de  habitantes e pib percapita  superior e 30 mil dólares anuais, figura, como se sabe, no universo de países que só  compram carne sem vacinação contra aftosa. O Vietnã vem se destacando como importante destino no nosso intercâmbio comercial, apesar de ter um pib percapita baixo, ao redor de 4 mil dólares anuais. Nos próximos meses , uma missão japonesa virá ao  Brasil conhecer o nosso sistema sanitário e avançar no processo de habilitação de frigoríficos.

No âmbito do esforço de diversificação de mercados para o nosso agro, o Brasil não deve esquecer as possibilidades promissoras de alguns mercados, como a Coreia do Sul, cujas exportações atuais , ao redor de 3 bilhões de dólares anuais, estão muito aquém do potencial desse país, com população de 51 milhões de habitantes e pib percapita de 33 mil dólares por ano, patamar esse equivalente ao da Espanha e cerca de 3,3 vezes superior ao do Brasil. Para os coreanos podemos exportar carne bovina sem vacinação contra aftosa, carnes de frango e suína, produtos do complexo soja e milho, e algodão, dentre outros itens.

A notícia não boa se refere ao Plano Safra, que vai vigorar a partir de 01 de julho próximo até 30 de junho de 2026.

Como se sabe, não há espaço fiscal para    aportar grandes somas de recursos para  a equalização de juros e para o seguro rural,  dois componentes cruciais do referido Plano Safra. Possivelmente, os juros deverão ser maiores que os observados na safra 2024-2025 e os recursos para o seguro rural estarão mais uma vez muito abraixo do patamar minimamente requerido, ao redor de 3 bilhões de reais. Na safra passada , o volume de recursos ofertado ficou em torno de 1 bilhão de reais, suficientes para um um grau de cobertura inferior a 15%  da nossa área cultivada com    grãos. Nos EUA, mais de 90% da área de  grãos está segurada.

A elaboração do Plano está em curso e é possível constatar algumas divergências entre as equipes dos Ministérios da Agricultura e da Fazenda. O pessoal da Fazenda tende para uma posição de ofertar linhas de crédito a taxas de juros livres, enquanto a equipe da Agricultura quer um aporte de subsídios na equalização de juros. No Programa de conversão de áreas de pastos degradados em lavouras, o grupo do Ministério da Fazenda quer estabelecer a exigência  de que  as  lavouras financiadas terão de se destinar obrigatoriamente ao mercado interno, ao passo que os técnicos da Agricultura não concordam com essa posição. Este colunista também não concorda com o posicionamento da Fazenda, por entender que o mesmo carece de um mínimo de razoabilidade.

Fonte: bahiaeconomica.com.br

Publicado em: 2025-04-20 20:28:00 | Autor: |

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