De olho na corrida eleitoral de 2026, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, e governadores da oposição fizeram acenos ao agronegócio, neste fim de semana, em feiras importantes do segmento.
Ao participar, ontem, em Ribeirão Preto (SP), da abertura da 30ª edição da Agrishow, uma das maiores do país, Alckmin prometeu empenho do governo federal para entregar, ainda neste ano, um Plano Safra maior do que a edição 2024/2025 do programa que financia a produção agrícola no país por meio do crédito subsidiado.
O vice-presidente, que tem sinalizado continuar na chapa para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026, destacou, porém, que será necessário colocar mais recursos no programa apenas para compensar o aumento da taxa básica da economia (Selic), atualmente em 14,25% ao ano.
“Vamos trabalhar para ter um aumento do valor do Plano Safra, e ele certamente vai exigir uma equalização maior em razão do aumento da taxa Selic”, afirmou ele a jornalistas. As edições do programa são lançadas no meio do ano. O Plano Safra 2024/2025 contou com R$ 400,59 bilhões para financiamentos voltados ao agronegócio, 10% a mais do que na safra anterior, e o crédito foi concedido com taxas entre 7% a 12% ao ano.
Representando Lula no evento, Alckmin ainda declarou que o agronegócio e a indústria “são irmãos” e um ajuda o outro. Ao comentar sobre a guerra tarifária deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Alckmin reforçou que restrições ao comércio internacional “não beneficiam ninguém”. “O ideal é sempre promover o multilateralismo e o livre-comércio com regras claras”, defendeu o ex-tucano. Ele ainda reforçou que há uma oportunidade para o Brasil avançar nas negociações com outros países, em especial no acordo entre Mercosul e União Europeia.
Movimento da oposição
Governadores de oposição aproveitaram os palanques de eventos do setor agro, como a Agrishow, ontem, e a Expozebu, em Uberaba (MG), na véspera, para se colocarem como fortes alternativas a Lula em 2026. Caiado, por exemplo, defendeu união da direita e a eleição de um presidente mais próximo do setor agro. Citou ele próprio e os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), como “uma das maiores gerações de governadores da história”. “O agro é o único setor em que o Brasil é competitivo mundialmente e não podemos perder isso”, disse o ex-senador no evento paulista.
Pré-candidato às eleições do ano que vem, Caiado também fez acenos ao setor produtivo, criticando o patamar dos juros e a falta de investimentos em ciência e tecnologia. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), focou em destacar as ações de seu governo, especialmente para o setor agrícola. Tarcísio, que participou da Agrishow, em 2024, com ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enviou um representante neste ano.
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Victor Correia
Repórter
Formado jornalista pela UnB. Estagiou no Correio de 2016 a 2018 em Ciência, Saúde e Tecnologia. Atuou em assessoria até 2022, quando voltou ao Correio. Repórter de Política, Brasil e Economia.
Fonte: www.correiobraziliense.com.br
Publicado em: 2025-04-28 03:59:00 | Autor: |