PODER 360 – Há risco de perda de 6,86 mi de testes para diagnósticos de covid-19. Os testes comprados pelo Ministério da Saúde perde a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo neste domingo (22.nov.2020). Esse número corresponde a 96% dos 7,15 mi de exames estocados. O restante vence em março. O Poder360 procurou o Ministério da Saúde, que afirmou não ter informações disponíveis sobre o tema.
O Brasil também enviou ao Paraguai e ao Peru 130 mil exames. Esse número é praticamente igual ao entregue ao Amazonas, que viveu uma tragédia no início da pandemia. Outros 8 Estados receberam do ministério uma quantidade menor de testes do que os países vizinhos.
Os exames RT-PCR estão sendo armazenados pelo governo federal em Guarulhos e ainda não foram distribuídos para a rede pública. O Brasil pode acabar descartando mais exames do que já realizou até agora porque o SUS aplicou 5 milhões de testes desse tipo. O Ministério da Saúde investiu R$ 764,5 milhões em testes e as unidades que estão quase perdendo a validade custaram R$ 290 milhões.
A compra é realizada pelo governo federal e a distribuição é feita só com a demanda dos governadores e prefeitos. Por essa razão, a responsabilidade pelo prejuízo, se os testes vencerem sem serem usados, virou 1 jogo de empurra entre o ministério, Estados e municípios. Enquanto o governo federal afirma que sua parte se resume a comprar, os outros dizem que o material fornecido é incompleto por faltar capacidade para processamento das amostras.
O RT-PCR é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico da covid-19. A coleta é realizada por meio de 1 cotonete aplicado na região nasal e faríngea (região da gargante atrás do nariz e da boca) do paciente. O exame custa de R$ 290 a R$ 400 na rede privada.
Os testes RT-PCR foram distribuídos pelo Ministério da Saúde de forma escassa e sob critérios pouco objetivos. O Paraná foi o 3º Estado que mais recebeu os produtos. A Bahia foi o 6º, mesmo com população superior e mais casos e mortes pela covid-19.
O Brasil também enviou ao Paraguai e ao Peru 130 mil exames. Esse número é praticamente igual ao entregue ao Amazonas, que viveu uma tragédia no início da pandemia. Outros 8 Estados receberam do ministério uma quantidade menor de testes do que os países vizinhos.