Gil tenta argumentar com policial na arquibancada do Moisés Lucarelli – Foto: Uol |
Gideão Messias da Silva ainda não se recuperou física e emocionalmente dos momentos de pavor que passou no último domingo (26), no estádio Moisés Lucarelli. Vindo de Hortolândia, cidade do interior de São Paulo, ele virou o símbolo da confusão generalizada ocorrida em Campinas ao ser acuado por um policial militar enquanto tentava proteger seu filho em meio à briga iniciada por torcedores da Ponte Preta na partida contra o Vitória, pela 37ª rodada do Brasileirão.
Em entrevista ao UOL Esporte, o profissional da construção civil desabou e chorou ao relatar os momentos de aflição que passou ao lado de Ryan Lucas, garoto de nove anos que ficou em choque quando a confusão teve início. Contou ter sido ameaçado e agredido por mais de um PM. E tem os hematomas para provar.
“Falei para ele: ‘você está me ameaçando por eu estar protegendo meu filho? Você está dizendo que vai bater em um pai de família. Vai me bater na frente do meu filho?’. Aí ele falou: ‘Saia daqui, senão vai levar um cacete’. Foi quando comecei a andar, e ele me deu uma pancada. Aí eu virei para trás e falei: ‘O senhor não honra a farda que veste, está pecando na sua função’. Ele começou a me agredir e me chutar. Eu até evito ver a cena, porque começo a chorar e não consigo ver”, relatou o torcedor, muito emocionado.
Gideão, conhecido entre amigos e familiares como Gil, trabalha fazendo pequenas obras de alvenaria, elétrica e hidráulica em residências. Torcedor da Ponte, não é frequentador assíduo do Moisés Lucarelli. Ao contrário de seu filho Ryan Lucas que costuma ir ao estádio com a tia. Neste ano, os dois assistiram a praticamente todos os jogos do clube no local. A partida contra o Vitória era a última da Macaca sob os próprios domínios neste ano, o que fez o garoto insistir com que seu pai fosse. A família mora toda em Hortolândia e a avó do menino é moradora de Campinas. (UOL)
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