A postura do Vitória na goleada de 4 a 0, sofrida diante do América-MG, passou longe de condizer com a necessidade emergencial do time na tabela de classificação. Com o fechamento da rodada, o Leão estacionou nos 37 pontos e ocupa a 16ª posição, com apenas um ponto de distância para o Figueirense, primeiro time dentro da zona de rebaixamento.

Em entrevista coletiva concedida na noite de sábado, 10, após a derrota para o Coelho, o comandante do Rubro-Negro baiano, Rodrigo Chagas, lamentou o resultado sofrido em Belo Horizonte e afirmou que esperava uma outra postura do time dentro de campo, com mais agressividade e poder de marcação.

“A gente sabe que, nas quatro primeiras partidas em que nós estivemos à frente, tivemos um grupo com bastante atitude, com intensidade muito grande. Nestes dois últimos jogos depois que eu passei a ficar realmente à frente da equipe, não mais como interino… No primeiro, fizemos um bom jogo, porém com pouca agressividade. Neste jogo, esperava essa atitude, principalmente com relação à marcação, até porque a gente ia jogar com uma equipe com muita mobilidade na frente. Sabíamos das dificuldades, mas não aconteceu como queríamos. Agora é trabalhar o psicológico dos atletas, fazer com que eles entendam a necessidade de ter uma atitude diferente nos jogos que virão pela frente”, analisou o treinador.

Ao longo da semana, um dos pontos mais trabalhados pelo grupo do Vitória foram as jogadas em bola parada. No entanto, os excessivos trabalhos não foram suficientes para impedir que o primeiro gol da partida acontecesse justamente em um lance de bola aérea, golpe que desequilibrou o time para o restante da partida.

“Trabalhamos excessivamente as bolas paradas, tanto ofensivas quanto defensivas. Se erramos individualmente, acho que tem que dar mérito também ao adversário, pelo fato de ter conquistado o resultado, um adversário difícil, que estava na frente. Pecamos neste quesito das bolas paradas e também das bolas em cruzamento, temos que ajustar e melhorar muito mais nos próximos jogos que virão pela frente, que são os jogos que podem definir nossas vidas na competição”, afirmou Rodrigo.

Outro fator que levantou bastante questionamento durante a partida foi a opção do volante Lucas Cândido no lugar de Matheus Frizzo, que vinha sendo elogiado nos jogos que começou como titular. Para o técnico do Leão, a opção pelo tridente de meio-campo composto por Candido, Guilherme Rend e Fernando Neto tinha justamente de trazer mais poder de marcação na faixa central do campo.

“Queria tentar um time mais agressivo na marcação, com Lucas Cândido e Guilherme Rend. Fernando Neto me daria mobilidade e poder de marcação maior. A gente tentou, na realidade, achando, imaginando que essa seria a melhor situação dentro desse jogo. Mas não aconteceu. Fomos pouco competitivos. Jogamos contra uma equipe que procurou não deixar a gente jogar. Infelizmente, não colocamos em prática aquilo que gostaríamos de colocar, como foi colocado nos treinamentos, de ser transferido para o jogo”, explicou.

Por fim, uma grata surpresa que deu para tirar da goleada contra o América-MG esteve no jovem Caíque Souza, que entrou ainda nos primeiros minutos de jogo, após Ewandro sair de campo machucado. A entrada do atacante levantou o questionamento se seria possível extrair mais do atual elenco, com o intuito de tentar fazer com que o Leão se livre de vez do risco de rebaixamento.

“Sempre trabalhamos com esse intuito de melhorar nossa equipe no dia a dia. Tivemos, por exemplo, uma ótima surpresa. Para mim, não. Até porque já conheço o atleta, que é o Caíque, teve um comportamento muito bom no jogo. Acho que temos mais um jogador aí que pode nos ajudar neste momento. Mas também não adianta tapar o sol com a peneira. A equipe não teve comportamento que eu desejo, que eu gostaria que tivesse, principalmente na agressividade e na marcação. Então acho que a gente tem que melhorar, sim, em vários aspectos, para que a gente possa sair deste momento ruim”, concluiu o comandante.