O festival contou com a presença de ministros do governo Lula, lideranças do movimento sindical e artistas renomados
No feriado de 1º de maio de 2025, o ABC Paulista recebeu o grande ato tradicional dos trabalhadores. Com direito a presença de ministros do governo Lula, lideranças do movimento sindical e artistas do momento, o evento organizado por 23 sindicatos se tornou um verdadeiro festival, reunindo cerca de 70 mil pessoas. A TVT News fez uma cobertura exclusiva do ato de 1º de maio, que após nove anos, retornou à São Bernardo do Campo. Veja os destaques da festa do trabalhador na TVT News.
Luiz Marinho: “Brasil está preparado para reduzir a jornada de trabalho”
Em entrevista à TVT News durante a tarde da quinta-feira (01), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu a redução da jornada de trabalho, afirmando que o país está preparado para a mudança, que já se destaca como uma pauta histórica dos trabalhadores. “A economia brasileira está preparada, e é possível o empresariado assumir essa responsabilidade”, indicou.
“Temos que convencer. Trabalhadores, cobrem dos deputados e senadores. Vamos ver quem está com os trabalhadores. Isentar da folha de pagamento do Imposto de Renda é dar maior poder de compra para o salário. Pouco dinheiro na mão de muitos é emprego e renda. Muito dinheiro na mão de poucos é miséria”, reforçou Marinho, acerca da necessidade da mobilização popular para pressionar o Congresso Nacional.
Márcio Macedo: “Lula está cuidando com compromisso das pautas sindicais”
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, relembrou a importância política do 1º de maio em São Bernardo do Campo, berço das greves históricas que impulsionaram a redemocratização do país entre 1970 e 1980.
“Esse é um ato significativo da classe trabalhadora do ABC, comemorando 100 anos do 1º de Maio, muito importante para a democracia brasileira. O presidente Lula recebeu a marcha das centrais e está cuidando com muito compromisso das pautas sindicais, como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil”, enfatizou, deixando claro que o governo Lula luta pelas pautas populares do trabalhador, como a valorização do salário mínimo e a igualdade salarial entre homens e mulheres, medidas implementadas pela gestão.
Moisés Selerges: “o ABC é solo sagrado da classe trabalhadora”
Já Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, celebrou a volta do ato do Dia do Trabalhador para o ABC Paulista. “Hoje é um dia de festa dos trabalhadores e trabalhadoras. Festa e reivindicações. Voltar para o ABC depois de nove anos é simbólico. Consideramos o ABC como solo sagrado da classe trabalhadora por conta da região. É uma festa em que nos sentimos em casa entre irmãos e irmãs.”
“O trabalhador tem direito de comemorar, ouvir um samba bom, molhar as palavras, somos filhos de Deus. Vamos festejar que é dia nosso”, completou.
Sérgio Nobre: “Nenhum direito que temos ao longo de 100 anos veio de dádiva. Foi organização”
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, falou sobre o documento entregue pelas centrais sindicais a Lula e ao Congresso, que contém mais de 30 reivindicações que incluem temas como saúde, educação e desenvolvimento industrial, além das pautas prioritárias: a reforma tributária e o combate à precarização do trabalho.
Nobre defendeu a mobilização pelo fim da escala 6×1 e a redução da jornada de trabalho: “vários países já implementaram semanas de quatro dias úteis e três de descanso. Ao contrário do que dizem, isso aumentou a produtividade, reduziu acidentes, melhorou a qualidade de vida e elevou o PIB. É bom para o trabalhador, para o empresário e para o Estado”, explicou.
Juvandia Moreira: “mulheres sofrem mais com a escala 6×1”
Ainda sobre a luta pelo fim da escala 6×1, a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, apontou que as mulheres sofrem mais com esse regime de trabalho. “Ninguém aguenta trabalhar seis dias na semana, e folgar só um. A gente tem que cuidar da família. As mulheres, em especial, sofrem mais com essa escala. Mas para isso tem que reduzir a jornada. Hoje a jornada legal é de 44 horas semanais, é muito grande. Tem que ter redução para poder viabilizar o fim da jornada 6×1”, disse, em entrevista à TVT News.
Juvandia destacou que a pressão popular é necessária para que a pauta da redução da jornada de trabalho possa avançar no Congresso e chamou todas as brasileiras para a luta. “As mulheres têm que entrar nessa mobilização. Tem que entrar, porque nós sofremos mais, nós trabalhamos mais. Nós temos mais o que reivindicar, então temos muito o que lutar”, concluiu.
Sindicatos se manifestam
Além de Luiz Marinho, Márcio Macedo, Moisés Selerges e outros representantes, o ato de 1º de maio teve falas das lideranças dos demais sindicatos presentes na organização do evento.
“A gente precisa acabar com esse capitalismo selvagem que amarga o trabalhador. Chega de lucro só para o empresário e doença para o trabalhador”, expressou Nelson Salazar, representante do Sindicato dos Vigilantes do ABC.
Edilene Arjoni, presidenta do SinproABC, ressaltou a união entre os trabalhadores: “Nossa luta é árdua, mas só tem sucesso na união, na conquista, na força. Tivemos campanhas salariais extremamente difíceis, mas também tivemos vitórias. Quem é de luta não foge dos desafios.”
Já o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Gheorge Vitti, recordou os 100 anos da oficialização do feriado de 1º de maio, que homenageia as greves de 1886 nos Estados Unidos, quando trabalhadores de Chicago paralisaram os trabalhos exigindo que a jornada fosse reduzida para oito horas.
Vitti destacou que os bancários apoiam a luta pelo fim da escala 6×1, categoria que conquistou a jornada de seis horas em 1962.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na área de Saúde Privada e Filantrópica do ABC (Sindsaúde ABC), Almir Mizito, relembrou que a escala 6×1 é inaceitável. “A escala 6×1 é uma jornada que não podemos aceitar. Trabalhar menos é o que queremos para que possamos conviver com a nossa família, com o nosso povo”.
Publicado em: 2025-05-02 13:04:00 | Autor: Raquel Novaes |