O Palestine Chronicle, The Red Herald, a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), o Jornal dos Trabalhadores e das Trabalhadoras e o Diário da Causa Operária (DCO) denunciaram a censura sofrida pelo jornal A Nova Democracia pela plataforma de vídeos Youtube. Além disso, milhares de pessoas tomaram parte na divulgação da denúncia através das redes sociais, que conta com apoio de entidades pró-Palestina e personalidades como o João Carvalho.
Palestine Chronicle: ‘Censura contra vozes pró-palestinas’
O Palestine Chronicle noticiou o banimento e destacou que “a defesa da causa palestina sempre foi parte fundamental da linha editorial de A Nova Democracia.”
Sobre o AND, o portal pontuou que “o canal do YouTube de A Nova Democracia publica reportagens e programas políticos há mais de 10 anos. O jornal é conhecido internacionalmente por suas reportagens in loco sobre massacres nas favelas e no interior do Brasil.”
“AND também tem um grande acervo de reportagens sobre lutas camponesas, particularmente o processo da Revolução Agrária no Brasil, e protestos urbanos, como os protestos massivos que abalaram o Brasil entre 2013 e 2014.”
Fepal: ‘Cobertura comprometida com a luta do povo palestino’
A Fepal denunciou a censura contra o AND através de uma matéria no seu portal. “Na segunda-feira (15), o YouTube encerrou de maneira abrupta e sem aviso prévio o canal do jornal A Nova Democracia (AND), conhecido por sua linha editorial revolucionária e por dar voz às lutas populares no Brasil e no mundo. A medida ocorreu apenas um dia após a plataforma desmonetizar o canal sob a justificativa de que o conteúdo violava a política de ‘organizações criminosas violentas’.”, disse a organização.
“O jornal A Nova Democracia começou o programa “Plantão Palestina” no dia 9 de outubro de 2023, dois dias após o início da nova ofensiva genocida. ‘Foi o primeiro programa audiovisual diário de um jornal popular e democrático lançado após o 7 de outubro para cobrir a guerra na Palestina. O programa ficou marcado pela denúncia contundente do genocídio do Estado nazi-sionista de Israel e pela defesa das ações da Resistência Nacional Palestina’, declarou a redação do jornal em nota enviada ao site da Fepal.”
“Reconhecido internacionalmente, o canal do AND tornou-se referência por sua cobertura de conflitos sociais e resistências populares. Desde a sua fundação, o jornal documentou momentos históricos como as Jornadas de Junho de 2013, os despejos forçados no Rio de Janeiro às vésperas da Copa do Mundo de 2014 e as chacinas de Pau D’Arco e de outras regiões rurais. Diferente dos grandes veículos de comunicação, o AND optava por cobrir os acontecimentos “do chão”, ao lado das comunidades atingidas.”
“Apesar dos ataques, o AND afirma que não irá recuar. Em comunicado, o jornal exortou seus leitores, apoiadores e colaboradores a ampliarem a divulgação da denúncia contra o YouTube e reforçarem o apoio financeiro ao projeto. “Ao longo das últimas duas décadas, temos nos sustentado com a contribuição de trabalhadores, estudantes e da intelectualidade progressista. Seguiremos firmes, inalterados em nossa linha editorial”. “A censura ao canal do AND reforça a importância de se apoiar a mídia independente em tempos de crescente controle sobre a informação.”
The Red Herald: A Nova Democracia enfrenta censura
O portal The Red Herald noticiou o caso repercutindo as denuncias de AND.
“A Nova Democracia relatou que está enfrentando censura do YouTube devido a suas ‘medidas de segurança’. Hoje, 15 de janeiro, o YouTube decidiu fechar sem aviso prévio o canal AND, apenas um dia depois de ter decidido desmonetizá-lo.”
“Para a redação de AND, só é possível supor que o YouTube vai considerar a cobertura histórica de nossa tribuna sobre a guerra revolucionária camponesa travada nos rincões do Brasil’ ou a cobertura da guerra de Resistência Nacional Palestina, que sempre incluiu a transmissão de vídeos da Frente de Resistência Nacional Palestina.”
Jornal dos Trabalhadores e das Trabalhadoras: ‘Máxima solidariedade’
A denúncia foi transmitida no programa Jornal dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. Após a leitura da manchete, o comentarista Bruno Beaklini comentou que o jornal tem mais de 15 anos de reportagens publicadas no canal do YouTube.
“É um absurdo. Uma censura por denunciar assassinatos de lavrador e camponês, igual fazemos aqui todos os dias. O AND também cobriu chacinas de favelas e no campo, como a Chacina de Pau D’Arco, em 2017, lutas populares como as Jornadas de Junho de 2013 e 2014… Fez tudo que se pode imaginar e mais alguma coisa”, comentou Beaklini.
“Queremos expressar nossa máxima solidariedade e vamos acompanhar a situação até o canal voltar para o ar”.
DCO: ‘Censura a serviço do sionismo’
“Na terça-feira (14), o YouTube desmonetizou o canal do jornal A Nova Democracia, um duro ataque do sionismo à imprensa independente. Na quarta-feira (15), o ataque se ampliou. A plataforma de vídeos decidiu, sem aviso prévio, banir o canal completamente. O AND é um alvo da censura por ser uma das poucas vozes do Brasil que possui a política correta de defender a resistência armada do povo palestino”, informou o Diário da Causa Operária.
“O ataque ao AND é mais um dentre diversos ataques aos defensores da Palestina nas redes sociais. Todos os monopólios são controlados pelos sionistas, sendo o Google e a Meta os mais repressivos.”, comentou o diário, em nota que fala bastante das próprias perseguições sofridas.
O DCO também entrou em contato com a Redação de AND para pedir mais informações sobre a campanha de denúncia e os próximos passos.
Liminar contra o YouTube e continuação da cobertura
O jornal A Nova Democracia continua a transmitir os programas diários de notícia na sua rede social Instagram, como compromisso de não reduzir a cobertura jornalística apesar da censura. Em breve, o AND estará anunciando a transmissão em outras plataformas e a publicação de reportagens especiais.
Além disso, o jornal A Nova Democracia já está em contato com advogados especializados na defesa de jornalistas vítimas de censura e perseguição e planeja, em breve, mover uma contestação e uma liminar contra o YouTube.
Publicado em: 2025-01-16 18:26:00 | Autor: Redação de AND |