Presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, o senador Ângelo Coronel (PSD) voltou a recusar na última semana o compartilhamento de informações sigilosas obtidas pelo grupo com a Polícia Federal.
De acordo com o senador, o pedido feito pela delegada Denisse Dias Rosas, responsável pelo inquérito que apura a organização e o financiamento de atos antidemocráticos por apoiadores e aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não cumpriu os requisitos necessários. Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, Coronel explicou os motivo para a recusa.
“A lei é clara que você só pode compartilhar documentos sigilosos mediante autorização judicial. No caso da CPMI, essa autorização precisa vir do Supremo Tribunal Federal (STF). A delegada não quis seguir esse rito e nos pediu que fornecesse os dados sigilosos. Eu sigo a lei e o regimento interno do Congresso Nacional e por isso não pude atender. Existe um delegado da Polícia Federal que acompanha todas as movimentações da CPMI. Não sei se não há coleguismo entre eles pois as informações poderiam ter sido compartilhadas internamente”, afirmou
Com os trabalhos suspensos desde o início de 2020 por conta da pandemia, a CPMI das Fake News deve retornar ainda este ano após a vacinação e contenção do coronavirus no país.
“Os trabalhos estão paralisados por conta da pandemia mas em breve estaremos retomando as sessões presenciais. Teremos mais 204 dias para começar a fazer novas oitivas e pedidos de quebra de sigilo quanto voltarmos a um regime presencial. Inquirir um possível réu por telefone ou videoconferência não é a mesma coisa que deixar ele frente a frente com os parlamentares para prestar informações. Só depende da ciência liberar para que as pessoas possam ficar em locais mais aglomerados como é o caso do Congresso Nacional”, ponderou.
Eleições legislativas
Com as eleições das casas legislativas se aproximando, Coronel listou o apoio para os deputados Adolfo Menezes (PSD-BA) na AL-BA e Arthur Lira (PP-AL) na Cãmara dos Deputados e falou das tratativas para que o PSD feche questão com o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a eleição no Senado Federal. De acordo com Coronel, uma reunião com o senador programada para esta semana deve fechar a questão.
“O PSD havia decidido apoiar a reeleição do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Como a Justiça impediu a candidatura, estamos negociando as posições do partido, quais serão as comissões e mesas diretoras que o partido fará parte, para apoiarmos a candidatura do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Já estamos apalavrados, o senador deve vir a Salvador nesta semana, vai nos procurar e iremos discutir quais os passos que o PSD, que tem a segunda maior bancada do congresso, terá na próxima gestão”, considerou.
Sobre o imbróglio que envolve a eleição da AL-BA, onde o PSD confia em um suposto acordo com o governador Rui Costa (PT) que leve Adolfo Menezes ao comando da Casa, Coronel, que foi presidente da Assembleia no biênio 2017-2018, afirmou que é preciso que as lideranças partidárias recuem e deixem que os próprios deputados pautem o assunto.
“Tenho a convicção de que quem tem que definir quem vai presidir o parlamento é o próprio parlamento. Quando fui candidato à presidência da Assembléia, eu fui candidato dos deputados. Sei que as lideranças tentam influenciar, acredito que os deputados vão ouvir, mas a harmonia e independência do parlamento tem que ser mantida”, disse.