O poeta de “O Bêbado e a Equilibrista” apresenta “Duro na Queda”, sua nova parceria com João Bosco, e critica o cancelamento da Queermuse
Um militante desavisado do MBL depara-se com uma letra de Aldir Blanc. Em rala-rala é que se educa a molhadinha/ se tu não peca, meu bem, cai a peteca, neném/ vira polícia da xereca da vizinha, canta a portuguesa Maria João no álbum recém-lançado A Poesia de Aldir Blanc (Sesc), para horror do jovem conservador empenhado na causa da sigla que esconde por trás de si o pícaro Movimento Brasil “Livre”.
Um militante desavisado do MBL depara-se com uma letra de Aldir Blanc. Em rala-rala é que se educa a molhadinha/ se tu não peca, meu bem, cai a peteca, neném/ vira polícia da xereca da vizinha, canta a portuguesa Maria João no álbum recém-lançado A Poesia de Aldir Blanc (Sesc), para horror do jovem conservador empenhado na causa da sigla que esconde por trás de si o pícaro Movimento Brasil “Livre”.
Entre a santa e a meretriz/ só muda a forma com que as duas se arreganha/ eu só me queixo se criar teia de aranha, prossegue Maria João na feminina O Coco do Coco, lançada originalmente em 1996 pela paraense Leila Pinheiro. E lá se vai para a fogueira mais uma obra artística atentatória da “moral e dos bons costumes”.
Não é só O Coco do Coco. Letrista visado pela censura da ditadura anterior, o carioca Aldir teria parte substancial de uma obra colossal destroçada pelos dentes arreganhados e o ouvido que tudo escuta do neofascismo popular brasileiro. Vale para as ásperas parcerias mais recentes com o também carioca Guinga, como O Coco do Coco, e para a série histórica de arranhões musicais dos anos 1970 e 1980 em dupla com o mineiro João Bosco. (CARTA CAPITAL)
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