O deputado federal João Carlos Bacelar (Podemos-BA) solicitou nesta terça-feira, 5, ao ministro da educação, Milton Ribeiro, o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), previsto para acontecer nos dias 17 e 24 de janeiro, no formato impresso, e 31 de janeiro e 7 de fevereiro, na versão digital.
De acordo com o parlamentar, grande parte dos estudantes, principalmente os mais vulneráveis, ficaram com o ensino prejudicado, em detrimento das consequências geradas pelo coronavírus, mesmo com as aulas on-line. Em seu argumento, Bacelar afirmou que “já existe muita desigualdade socioeconômica e isso ficou mais evidente com a pandemia”.
A ideia do pedido é fazer com que os estudantes tenham tempo para recuperar os conteúdos perdidos durante a quarentena, além de evitar exposição e aglomeração de candidatos do Enem e os demais envolvidos de forma direta ou indireta no processo, como pais, trabalhadores ambulantes e os profissionais que vão aplicar as provas.
Segundo o deputado, a inoperância do Ministério da Educação diante da necessidade de interromper as aulas presenciais e minimizar os prejuízos aos estudantes, entre outros fatores, expõe a incopetência por parte do MEC em garantir a segurança de todos.
“A questão de evitar a promoção de aglomerações em si já deveria ser uma justificativa suficiente para o governo não realizar o Enem. Mas, pesa mais ainda, o fato que milhões de estudantes pobres não tiveram acesso à internet para assistirem aulas virtuais, desde que as atividades presenciais nas escolas foram suspensas. Como vamos condenar esses estudantes a um processo avaliativo, que em condições normais eles já entram em desvantagem, e agora, ainda imersos em um processo pandêmico?”, questionou Bacelar.
Em sua conta do Twitter, o parlamentar ratificou que a realização do exame é “insensata e irresponsável”, por conta da falta de preparação e das aglomerações geradas pelo processo. “A pandemia mais que triplicou o tamanho do abismo entre estudantes pobres e a universidade”, concluiu o deputado.