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Emprego

Falta de mão de obra chega na construção civil e engenheiro lamenta que estão ‘pagando para indicarem amigos’

Falta de mão de obra chega na construção civil e engenheiro lamenta que estão ‘pagando para indicarem amigos’

A escassez de mão de obra qualificada atinge em cheio a construção civil no Brasil, levando empresas a adotarem estratégias pouco convencionais para tentar suprir a carência de profissionais.

De acordo com o engenheiro Gilson Porto, diretor de produtos da São Benedito Construtora, a falta de trabalhadores especializados tem sido tamanha que a empresa passou a pagar funcionários para indicarem amigos para vagas abertas.

Conforme Porto relatou no programa Oeste Negócios, exibido em 26 de maio, a construtora lançou uma campanha interna que oferece R$ 100 de recompensa a cada colaborador que trouxer um conhecido para integrar o quadro de funcionários.

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“A concorrência para encontrar mão de obra está tão acirrada que estamos pagando para as pessoas indicarem amigos deles para trabalharem conosco”, afirmou o engenheiro.

Esse tipo de iniciativa evidencia um problema maior que assola o setor da construção civil: a dificuldade em captar e manter profissionais capacitados para atuar nas obras, mesmo diante de uma demanda crescente por projetos no país.

A situação se agrava em regiões como o Centro-Oeste, onde a São Benedito concentra boa parte de suas operações, mas que enfrenta forte concorrência com o setor agropecuário, que também atrai muitos trabalhadores.

Turnover e capacitação: o desafio de reter talentos

A falta de mão de obra não se resume apenas a encontrar novos colaboradores.

Segundo Amir Maluf, diretor de marketing da São Benedito e representante da terceira geração da família à frente da empresa, o setor encara uma alta rotatividade, com muitos funcionários saindo em pouco tempo.

“Tem muito turnover. Muita rotatividade de funcionários. Hoje, os colaboradores não se fixam”, explicou Maluf.

Por isso, a empresa tem investido não só em incentivos financeiros, mas também em um ambiente de trabalho que motive e capacite os profissionais, evitando que eles encarem o emprego apenas como uma obrigação.

Para isso, a São Benedito implementou iniciativas inovadoras, como a criação de salas de aula dentro das obras para promover treinamentos e qualificações técnicas.

“Colocamos sala de aula na obra para poder capacitar e deixar o colaborador mais à vontade com a empresa”, completou o executivo.

Esses treinamentos têm um papel fundamental não apenas para melhorar a produtividade, mas para tornar os trabalhadores mais confiantes e engajados, o que ajuda a diminuir a rotatividade e aumentar a qualidade dos serviços prestados.

Tecnologia e inovação para driblar a falta de mão de obra

O setor da construção civil está em constante transformação, especialmente diante do avanço de novas tecnologias e metodologias construtivas.

Para Gilson Porto, o uso de técnicas modernas pode ser uma solução estratégica para minimizar o impacto da escassez de profissionais.

“A construção civil exige aprendizado contínuo, especialmente por causa das novas tecnologias e equipamentos”, explicou Amir Maluf, destacando que a inovação é indispensável para acompanhar as mudanças no mercado.

Uma das alternativas estudadas pela São Benedito é a adoção de processos construtivos mais rápidos e menos dependentes de mão de obra especializada, como a produção 100% com paredes de concreto pré-fabricado.

“Queremos expandir para outras cidades, mas como fazer isso com o déficit de mão de obra que enfrentamos? Estamos pensando em novas metodologias construtivas, que sejam mais rápidas e simples, com menos necessidade de profissionais altamente especializados”, detalhou Porto.

Essa abordagem possibilita que poucos técnicos especializados coordenem o trabalho enquanto os demais funcionários atuam em tarefas mais braçais, o que torna a construção mais eficiente e reduz custos.

Além disso, o uso de tecnologias como BIM (Modelagem da Informação da Construção), automação e impressão 3D tem ganhado espaço na indústria, representando um caminho promissor para superar a crise de mão de obra.

Um cenário nacional complexo

A crise de mão de obra na construção civil reflete um cenário nacional mais amplo, marcado por desafios no mercado de trabalho e na qualificação profissional.

Dados do IBGE indicam que, apesar do desemprego ter recuado nos últimos meses, setores que demandam mão de obra técnica e especializada continuam sofrendo com a escassez.

Segundo especialistas, a falta de investimento em formação técnica, o envelhecimento da força de trabalho e a atração por setores mais dinâmicos e tecnológicos ajudam a explicar essa lacuna.

No caso da construção civil, que tradicionalmente depende de trabalho presencial e intenso, o problema fica ainda mais evidente.

Para além das estratégias internas das empresas, governos e instituições de ensino têm buscado ampliar cursos técnicos e capacitação profissional, especialmente com foco em novas tecnologias aplicadas à construção.

No entanto, a velocidade dessas ações ainda não acompanha a demanda do mercado.

Incentivos para atrair e manter profissionais

Além das recompensas financeiras para indicações, muitas construtoras têm investido em benefícios que vão além do salário, como planos de carreira, flexibilização de horários e ambientes de trabalho mais humanizados.

O objetivo é tornar o setor mais atrativo, principalmente para jovens que buscam empregos com perspectivas de crescimento e qualidade de vida.

Na São Benedito, o foco está em criar uma cultura de valorização do colaborador, o que passa por capacitação, segurança no trabalho e reconhecimento.

“Queremos que o funcionário sinta que faz parte da empresa e que seu trabalho é valorizado, não apenas um serviço temporário”, ressalta Amir Maluf.

O futuro da construção civil depende da adaptação

A crise de mão de obra na construção civil é um desafio que exige soluções criativas, investimento em qualificação e adoção de tecnologias inovadoras.

Empresas como a São Benedito já sinalizam que o caminho passa por reinventar processos e valorizar mais os profissionais para garantir competitividade e expansão no mercado.

O equilíbrio entre inovação, capacitação e incentivos pode transformar o setor e assegurar que ele acompanhe o crescimento econômico do país, mesmo diante das dificuldades atuais.

Você já viu alguma iniciativa diferente para driblar a falta de trabalhadores na sua área? Como acha que as empresas poderiam melhorar para atrair e reter talentos?

Fonte: clickpetroleoegas.com.br

Publicado em: 2025-05-31 13:22:00 | Autor: Alisson Ficher |

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