A escolha de Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), oficializada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (28/2), tirou da “fritura” o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência. A presidente do PT era cotada para assumir o cargo responsável pelo diálogo do Planalto com movimentos sociais, mas acabou assumindo a chefia pela articulação política com o Congresso Nacional.
Até a última semana, Gleisi não almejava a SRI. Mas passou a ser considerada ao cargo após Lula confirmar que Alexandre Padilha deixaria o ministério palaciano para comandar o Ministério da Saúde, no lugar de Nísia Trindade. Agora, aliados de Macêdo celebram a mudança de rumos e afirmam que a ida da presidente do PT para a SRI é um sinal de que ele permanecerá na “cozinha” do presidente.
A troca na SRI representa a terceira mudança no Planalto no governo Lula 3. Em 2023, o general Gonçalves Dias pediu demissão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após ser flagrado conversando com golpistas no 8 de Janeiro. O general Amaro dos Santos assumiu a pasta. Em janeiro, o presidente trocou o deputado petista Paulo Pimenta pelo marqueteiro Sidônio Palmeira na Secom. Agora, Padilha abriu espaço para Gleisi na articulação política.
Dessa forma, Márcio Macêdo e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, são os dois últimos representantes do “time original” de ministros palacianos que subiram a rampa junto com o presidente Lula, em janeiro de 2023.
Esta é a segunda vez em que Macêdo é alvo de especulações e não cai. A primeira “fritura”, jargão político que traduz o processo de enfraquecimento de um político até sua eventual saída do cargo, ocorreu entre 2024 e 2025. Na ocasião, especulou-se que Paulo Pimenta ocuparia a Secretaria-Geral após deixar a Secretaria de Comunicação Social, mas isso não ocorreu.
Segundo interlocutores do Planalto, há reclamações sobre a condução de Macêdo no diálogo com os movimentos sociais. Mas, ao mesmo tempo, aliados do presidente destacam um “agradecimento” especial de Lula pelo fato de o ministro ter topado assumir o posto de tesoureiro da campanha à Presidência, em 2022. Ele deixou de concorrer a deputado para assumir um cargo que poucas pessoas queriam, pelo histórico de dor de cabeça com a Justiça após as eleições.
Publicado em: 2025-02-28 17:28:00 | Autor: Augusto Tenório |