Um vídeo do telefone de um paramédico encontrado em uma vala comum em Rafah, no sul de Gaza, que foi obtido pelo New York Times, refuta a versão israelense do massacre.
De acordo com a reportagem, a filmagem “mostra que as ambulâncias e o caminhão de bombeiros em que eles estavam viajando estavam claramente marcados e com as luzes de emergência acesas quando as tropas israelenses os atingiram com uma barragem de tiros”.
🚨 Video footage shows Israel executing 14 Red Cross paramedics, clearly marked in medical attire and vehicles, in Gaza.#Gaza #RedCross #WarCrimes #HumanRights pic.twitter.com/NsKJ5xAkFi
— The Palestine Chronicle (@PalestineChron) April 5, 2025
O vídeo teria sido fornecido por um diplomata sênior da ONU, que confirmou sua autenticidade, inclusive o local e o horário.
Nebal Farsakh, porta-voz do Crescente Vermelho Palestino, confirmou que o paramédico que estava filmando o incidente havia sofrido um ferimento de bala na cabeça.
Esse vídeo contradiz a versão israelense. O porta-voz militar, tenente-coronel Nadav Shoshani, havia dito no início desta semana que as forças de ocupação israelenses não “atacam aleatoriamente” ambulâncias e que os veículos “foram identificados avançando de forma suspeita” com as luzes apagadas, informou o jornal.
“O comboio para quando encontra um veículo que se desviou para o lado da estrada”, de acordo com o relatório, observando que “uma ambulância havia sido enviada anteriormente para ajudar civis feridos e foi atacada”.
“As equipes de resgate, pelo menos duas das quais podem ser vistas usando uniformes, são vistas saindo de um caminhão de bombeiros e de uma ambulância marcada com o emblema do Crescente Vermelho e se aproximando da ambulância que descarrilou para o lado.”
Em seguida, uma “barragem de tiros” atinge o comboio e “um homem diz em árabe que há israelenses presentes”.
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O paramédico que está filmando o vídeo pode ser ouvido recitando a Shahada, a declaração de fé muçulmana.
De acordo com Farsakh, o paramédico que filmou o vídeo “foi encontrado mais tarde com uma bala na cabeça na vala comum”.
O Massacre
No último domingo, o Crescente Vermelho Palestino recuperou os corpos de 14 palestinos, incluindo oito de sua própria equipe, cinco da Defesa Civil e um funcionário da agência da ONU, após um ataque aéreo israelense em Rafah.
O Crescente Vermelho condenou os ataques contínuos contra seu pessoal, apesar de eles usarem o emblema do Crescente Vermelho, que é protegido pela lei internacional.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha também expressou seu profundo choque após perder o contato com esses trabalhadores em 23 de março.
Desde 7 de outubro de 2023, Israel matou 27 trabalhadores do Crescente Vermelho enquanto eles realizavam suas tarefas humanitárias em Gaza.
Genocídio em andamento
A violência israelense renovada em 18 de março rompeu o cessar-fogo iniciado em 19 de janeiro. As últimas ações militares mataram centenas de palestinos e feriram muitos outros, principalmente civis, incluindo mulheres e crianças.
Embora as violações tenham sido condenadas por vários países e grupos de direitos humanos, os EUA continuaram a apoiar Israel, afirmando que a campanha militar foi realizada com conhecimento prévio e aprovação de Washington.
Editorial – Mobilizar as amplas massas em defesa da Resistência do povo palestino! – A Nova Democracia
Netanyahu está manejando uma faca de dois gumes, cujo o mais afiado e pontiagudo se volta contra ele mesmo: quanto mais pretende degolar com ela a Palestina, na verdade mais se aproxima de degolar a si mesmo e ao projeto de ocupação nazi-sionista.
Desde outubro de 2023, Israel matou mais de 50.000 palestinos, a maioria mulheres e crianças, e deixou Gaza em ruínas.
Em novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, acusando-os de crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por suas ações no enclave.
Publicado em: 2025-04-05 13:43:00 | Autor: Palestine Chronicle |