Mais de 800 crianças de escolas públicas e organizações sociais de Juazeiro (BA) já participaram da segunda edição do projeto “Viagem no Tempo”, que ocorre no Museu Regional do São Francisco. A programação, que começou no dia 19 de maio e segue até 30 de maio de 2025, proporciona uma imersão na história e na cultura local, com atividades como contação de histórias e visitas guiadas. A estimativa da organização é de que mais de mil estudantes passem pela experiência até o encerramento.
O projeto tem como objetivo fortalecer o vínculo das crianças com o patrimônio histórico e cultural do município, especialmente aquelas oriundas de comunidades urbanas e rurais. Durante as atividades, os estudantes têm acesso a informações sobre a história local e vivenciam experiências educativas no ambiente do museu.
Entre os espaços visitados, um dos que mais desperta atenção é o subsolo do museu, onde no passado funcionou um abrigo para pessoas escravizadas. A estudante Ana Sofia Silva, da Escola Municipal Maria de Lourdes Duarte, destacou a importância desse local.
“Aqui no museu tem várias coisas interessantes, mas o que mais gostei foi a parte subterrânea”, relatou.
Outra estudante, Graziele Sofia Rodrigues, da Escola Municipal Rural de Tempo Integral São José, localizada no Projeto Curaçá NH04, demonstrou interesse pelas peças do acervo ligadas à moda antiga. “Eu gosto de desenhar roupas desse estilo”, afirmou, reforçando como o contato com os objetos históricos desperta diferentes interesses nas crianças.
De acordo com Mary Simone, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Judite Leal Costa, a experiência oferece aos alunos uma vivência prática do que é ensinado em sala de aula, contribuindo para a formação de uma consciência histórica e cultural.
“Eles passam a valorizar essa diversidade a partir do contato direto com a história do município”, explicou.
O mediador cultural do projeto, Ernândio Telles, destacou que a participação ativa das crianças demonstra a importância de iniciativas que promovem a educação patrimonial.
“O museu se torna um espaço de conexão entre as gerações, onde as crianças entendem que essas histórias fazem parte da vida delas”, afirmou.
O projeto também assegura a acessibilidade, garantindo a participação de estudantes surdos. Segundo Jessica Raisla Alves, professora de Libras e tradutora-intérprete, essa inclusão é essencial.
“Os alunos surdos, junto aos ouvintes, podem interagir, conhecer as histórias e participar plenamente do projeto”, pontuou.
A realização do projeto “Viagem no Tempo” conta com recursos dos Editais Paulo Gustavo Bahia, com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, utilizando recursos da Lei Paulo Gustavo, vinculada ao Ministério da Cultura, Governo Federal. A lei tem como finalidade executar ações emergenciais de apoio ao setor cultural, conforme a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
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Fonte: jornalgrandebahia.com.br
Publicado em: 2025-05-29 12:00:00 | Autor: Redação do Jornal Grande Bahia |