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Petro declara estado de emergência em meio a conflitos armados na Colômbia

Petro declara estado de emergência em meio a conflitos armados na Colômbia

O presidente colombiano Gustavo Petro, através do Exército reacionário do país e de órgãos jurídicos, está ampliando a repressão contra guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) envolvidos em conflitos contra grupos paramilitares na região de Catatumbo, nordeste da Colômbia.

Uma das medidas foi a declaração de um estado de emergência hoje (24/1). O decreto amplia o poder do Executivo e permite a violação de direitos básicos das massas populares, como a liberdade de circulação.  

O Exército anunciou o uso de artilharia contra a organização. “Estamos realizando operações ofensivas, mas também operações para controlar os corredores de mobilidade”, afirmou o general Eric Rodríguez, chefe de operações do Exército. 

Ao mesmo tempo, o Ministério Público colombiano reativou os mandados de prisão contra 30 líderes do ELN, dentre eles Pablo Beltrán, Antonio García e Gabino.

O que está acontecendo na Colômbia? 

A região de Catatumbo virou palco de um sangrento conflito no dia 15 de janeiro, depois que camponeses foram assassinados e paramilitares locais responsabilizaram, sem provas e em conluio com o velho Estado colombiano, o ELN. 

Os camponeses mortos foram Miguel Ángel López, a sua esposa Zulay Durán Pacheco e seu filho Miguel Herney. Eles foram assassinados em uma estrada que conecta os municípios de Tibú e Cucuta.

Desde então, mais de 100 pessoas morreram, dentre eles capituladores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que se degeneraram e se uniram a grupos narcotraficantes.  

O que diz o ELN? 

O ELN negou responsabilidade sobre o ataque. “Informamos que o ELN não tem qualquer responsabilidade pelos acontecimentos, mas expressamos a nossa solidariedade e sentimentos de consideração aos familiares, amigos e em geral ao povo Tibuyan.”, disse o grupo, em uma declaração

A organização responsabilizou a 33a frente das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia pelo assassinato. As Farc foram extintas após líderes do grupo capitularem da luta armada. Vários dissidentes negaram o cessar-fogo. Enquanto alguns continuaram no caminho da luta anti-latifundiária e anti-imperialista, outros degeneraram para o tráfico de drogas. 

Segundo o grupo, a Frente de Guerra Nordeste do ELN avisou aos paramilitares que lançaria uma ofensiva na região caso as ameaças ao ELN e crimes contra a população local continuassem. 

‘Fracasso dos acordos’

O conflito escancarou o fracasso de Gustavo Petro em cumprir o plano de pacificação da Colômbia. O próprio presidente admitiu a derrota. “A situação no Catatumbo ensina. Também se aprende com os fracassos e há um fracasso. Um fracasso da nação”, disse ele, no dia 22/1.

O ELN reiterou o fracasso dos acordos, apontando contra o governo Petro: “não é segredo para o país o fracasso destes acordos que levaram centenas de ex-combatentes a rearmarem-se, ligando-se a diferentes grupos que actuam em diversas regiões do país ao serviço do tráfico de droga, gangues, órgãos de segurança do Estado, etc.”

“A 33ª frente das ex-FARC é produto deste processo de paz fracassado, e prova disso é que parte do seu comando e combatentes são desmobilizados das antigas FARC-EP que servem como “signatários da paz” enquanto operam como combatentes ou paramilitares”, continua o grupo. 

Eles afirmam que criticaram “o que as ex-Farc concordaram com o governo de Santos [Juan Manuel Santos, presidente na época da capitulação das Farc]”, mas respeitaram “o desenvolvimento desses acordos”. 

Por outro lado, apontam agora que os capituladores atuam como paramilitares reacionários na região ao mesmo tempo que seguem a receber regalias do governo. “Os moradores da região conhecem bem as ações desses mercenários, mas elas (as ações) são desconhecidas para os funcionários e governantes que opinam desde os escritórios de Bogotá e que ignoram as realidades da região.” 

Acordos natimortos 

O jornal A Nova Democracia já havia anunciado do fracasso dos planos de Petro. Primeiro, porque os acordos de paz são uma farsa montada pelos Estados reacionários para desarmar as guerrilhar e, posteriormente, proceder ao aniquilamento dos quadros, como uma tática da guerra de baixa intensidade – não sendo, portanto, um acordo de paz de fato. Segundo, porque os acordos não encerram o ciclo de violência dos latifundiários – dentre eles, grandes narcotraficantes – e do Estado contra os povos em luta pela terra, base da construção e desenvolvimento das guerrilhas. 

Ações guerrilheiras em 2024 na Colômbia seguem a frustrar falsos ‘Acordos de Paz’ de Gustavo Petro – A Nova Democracia

Alta nas ações do ELN em 2023 e 2024 expressam rejeição consciente de parte significativa dos guerrilheiros aos farsescos “Acordos de Paz”.

O fracasso não vem de hoje. Em 2024, o ELN vingou os camponeses da Colômbia com várias ações contra militares reacionários e policiais da Colômbia, conforme compilou uma apuração de AND. Na época, Petro comentou que uma das ações, em que dois militares morreram e 25 ficaram feridos, era “uma (ação)  que encerra um processo de paz com sangue”.

Declarações similares foram dadas em 2022 e 2023, em outras ações dos grupos guerrilheiros. Apesar disso, o presidente oportunista nunca condenou de forma veemente os vários ataques que os militares reacionários fizeram contra os camponeses, nas guerrilhas ou não, durante os anos de 2022 e 2023. 

Fonte: anovademocracia.com.br

Publicado em: 2025-01-24 17:32:00 | Autor: Redação de AND |

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