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Polícia Militar espanca trabalhadores e moradores de rua em uma semana em São Paulo

Polícia Militar espanca trabalhadores e moradores de rua em uma semana em São Paulo

Na noite do último domingo, dia 8, um vídeo gravado por moradores do bairro Campo Grande, Zona Sul de São Paulo, registrou um motorista de aplicativo ter a cabeça pisoteada e em seguida ser asfixiado por um policial militar. Este fato ocorreu durante mais uma abordagem em meio a uma semana de escalada da violência policial no estado de São Paulo.  

Na gravação é registrado que o motorista, ao ser imobilizado por um dos policiais na abordagem, tem também a sua cabeça pisoteada por outro PM. A violação foi testemunhada por moradores que gritavam em socorro da vítima. A próprioa esposa do motorista presenciou a cena. “Para, por favor, é meu marido”, gritou ela, em meio ao horror. O policial apontou a arma para a mulher e respondeu em tom de ameaça. “Afasta, eu não vou falar de novo”.

A cena atraiu a revolta de várias pessoas no local. Algumas delas chegaram a dizer que o homem morava na região e denunciaram o crime como “abuso de autoridade”.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, chefiada pelo ex-comandante da Rota Guilherme Derrite, buscou justificar a covardia em nota, dizendo que o homem resistiu à abordagem: “os policiais faziam patrulhamento na zona sul, quando um veículo teria avançado o sinal vermelho e desobedecido a ordem de parada”.

Semana de terror policial em São Paulo

Na mesma semana, mais casos de violência e violações cometidas por policiais foram registrados em São Paulo. No dia último sábado dia 7, durante uma ação de atendimento a moradores de rua feita pela Prefeitura no centro, um grupo de PMs agrediu uma das pessoas que estavam sendo atendidas na ação.

O vídeo foi gravado por uma mulher que estava trabalhando pela Prefeitura no atendimento e nele registrou o momento das agressões. Dois policiais ao tentar imobilizar um homem começam em seguida a chutá-lo e aplicar o “mata-leão” com a vítima ao chão. A funcionária da prefeitura grita em desespero por socorro ao homem: “Olha isso. O homem não está fazendo nada. Ele não estava fazendo nada. A gente acabou de atender ele. Meu, a polícia está demais, olha lá, está enforcando ele. Olha lá. Não gente, isso não pode acontecer”

De acordo com as testemunhas, o morador de rua foi agredido por questionar a conduta dos policiais que momentos antes haviam deixado uma mulher grávida desacordada no chão da praça que ocorria a ação da prefeitura. 

Apenas 3 dias antes, na quarta-feira dia 4, uma idosa de 63 anos foi agredida com socos e chutes por policiais militares na garagem de sua casa, no município de Barueri no estado de São Paulo. Mais de uma dezena de policiais militares invadiram a casa da mulher, sem autorização da justiça, após o filho e o neto terem entrado para dentro da garagem com uma moto com documentação atrasada. 

Os vídeos gravados por familiares e vizinhos que testemunharam a violência mostram a senhora com o rosto ensanguentado. A mesma é empurrada e chutada por um PM enquanto outro aplica um “mata-leão” em seu filho. Por fim, a idosa é algemada pelos policiais e levada para dentro do camburão.

Em mais uma ocorrência que segue os mesmos procedimentos de violência policial, mostra em vídeo uma mulher sendo espancada por PMs na segunda-feira , dia 2, no bairro Parque Santo Antônio, na Zona Sul de São Paulo.

No vídeo, a mulher ao chão é atingida por chutes e socos dos policiais. Em seguida a vítima tenta resistir e atinge um tapa no capacete do PM. Enquanto familiares tentam socorrer a mulher, um policial utiliza de um “mata-leão” para sufocá-la.

Todos os casos de violência registrados na última semana se somam ao contexto de procedimentos ilegais realizados em abordagens policiais. Golpes como o “mata-leão” são proibidos pela própria Polícia Militar desde 2020. A Secretaria de Segurança Pública afirmou em todos os acontecimentos que “as imagens serão apuradas e em caso de excessos e desvios de conduta, os responsáveis serão afastados”. Ao todo no último mês 45 policiais militares foram afastados e 2 foram presos.

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