Por Maria Luiza Campelo* — A prefeita de Marituba, no Pará, Patrícia Alencar (MDB), se manifestou nas redes sociais após a repercussão de um vídeo pessoal em que aparece dançando forró de biquíni. O conteúdo, inicialmente publicado em um perfil privado, segundo Patrícia, foi compartilhado sem autorização e viralizou nos últimos dias, gerando ampla discussão nas redes sociais.
No perfil oficial no Instagram, Patrícia publicou uma série de stories em tom de desabafo. Sem citar diretamente o vídeo, atribuiu a permanência política à proteção divina e reforçou o compromisso com a gestão da cidade: “Aqui a gente trabalha e trabalha de verdade”, disse em uma das postagens. “Não mexam com a filha de Deus, porque quando Deus escolhe para vencer, a pessoa vence”, completou.
A informação de que o vídeo foi postado originalmente em um perfil restrito e vazado sem autorização foi dada pela própria prefeita em entrevista ao portal g1, publicada nesta sexta-feira (6/6). Na ocasião, ela afirmou ter sido “traída”, já que o conteúdo havia sido compartilhado em um perfil privado, com pouco menos de 200 seguidores, selecionados a dedo.
O Correio tenta contato com Patrícia para saber mais detalhes sobre o vazamento. Em caso de resposta, o texto será atualizado.
De Bodocó ao comando da Prefeitura
Aos 37 anos, Patrícia Alencar tem uma trajetória marcante. Nascida em Bodocó, no sertão de Pernambuco, mudou-se para Marituba, no Pará, há cerca de 16 anos. Mãe de três filhos, começou a vida profissional vendendo baldes e bacias na feira central da cidade, e mais tarde ingressou no empreendedorismo.
Ela chegou a iniciar o curso de Medicina, mas consolidou a carreira nos negócios antes de entrar na política. Em 2020, disputou a primeira eleição e fez história ao se tornar a primeira mulher eleita prefeita de Marituba, município com pouco mais de 110 mil habitantes na região metropolitana de Belém. Em 2024, foi reeleita com ampla vantagem de 71,5% dos votos válidos.
Hoje, com mais de 700 mil seguidores em seu perfil aberto no Instagram, Patrícia mistura bastidores da gestão com postagens pessoais e o caso recente reabriu debates sobre os limites entre o público e o privado na vida de figuras eleitas.
Violência política de gênero e julgamentos
A prefeita usou os stories para comentar o episódio de forma indireta, classificando o julgamento da própria imagem como o reflexo de um sistema machista. “A mulher não pode ser medida pela roupa que veste”. A prefeita ainda completou que pretende usar os espaços que têm recebido para aprofundar um debate necessário. “Para que a gente possa, sim, debater esse assunto tão presente nos nossos dias atuais, que é o machismo, que é o preconceito, que é a violência de gênero”, afirmou.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
Fonte: www.correiobraziliense.com.br
Publicado em: 2025-06-06 18:06:00 | Autor: |