Artista carioca inaugura sua terceira exposição individual com um conjunto inédito de esculturas, pinturas e desenhos.
Conhecido por sua produção multimídia, Raul Mourão constrói suas obras a partir da observação da paisagem urbana e das relações entre indivíduo e coletividade. Desta vez, o artista elege elementos arquitetônicos de Salvador — como grades e janelas ornamentadas — como ponto de partida para refletir poeticamente sobre a cidade. Esta é a proposta de Volume Vivo, mostra que ele apresenta a partir desta a quinta-feira (12) na Alban Galeria, em Ondina. A exposição poderá ser visitada até 8 de fevereiro, segunda a sexta, 10h às 19h; sáb,10h às 13h.
“A paisagem da cidade, seus personagens, objetos e arquiteturas sempre estiveram presentes em meu trabalho desde o final dos anos 1980. Volume Vivo é um diálogo plástico/poético com Salvador, cidade que frequento regularmente desde 2013 quando Cristina e Roberto Alban me convidaram para fazer minha primeira individual na recém-inaugurada galeria. Nessa exposição, decidi criar construções escultóricas e gráficas a partir dos fluxos e da dinâmica da cidade. Um exercício de capturar uma certa energia de Salvador e a transformar em um experimento artístico que combina diferentes técnicas e referências, tecendo uma narrativa visual ficcional (no caso das esculturas, pinturas e desenhos) e documental (no caso do vídeo). Gosto de imaginar o artista como tradutor de novas realidades e interpretações do espaço público”, comenta Mourão.
A exposição é acompanhada de uma entrevista do curador e crítico de arte Pablo León de la Barra, que conversou com Mourão sobre sua trajetória e a conexão do artista com a capital baiana, entre outros assuntos. Ao observar o conjunto de obras, León afirma que Mourão “é um artista de ação e de espaço, que constrói com seu trabalho ‘estruturas de mediação’ — grades — que, ao mesmo tempo que protegem, abrem novas perspectivas, permitindo que o espectador observe a cidade de dentro para fora e de fora para dentro. Na exposição a cidade de Salvador surge como um campo de pesquisa e afetividade, um espaço de troca entre a vivência do artista e o imaginário urbano.”
Volume Vivo começou começou a ser pensada em janeiro de 2023 em parceria com Cristina Alban, diretora da galeria, falecida recentemente, a quem Mourão dedica a mostra. O resultado de suas observações e pesquisas pode ser contabilizado em 38 obras no total, sendo 11 esculturas, 18 desenhos, 9 pinturas. Complementa a exposição um vídeo de 20 minutos que reúne imagens documentais de Salvador captadas em parceria com o jovem filmmaker e fotógrafo carioca Tchaca.
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