Nesta terça-feira, completam-se 17 anos da tragédia que abalou o futebol baiano e nacional: o acidente na antiga Fonte Nova, em Salvador, no dia 25 de novembro de 2007. O desastre, provocado pelo colapso de uma parte da arquibancada do estádio, deixou sete mortos e dezenas de feridos, transformando a celebração pelo acesso do Bahia à Série B em uma noite de horror e luto.
O estádio Octávio Mangabeira, carinhosamente chamado de Fonte Nova, era um símbolo de paixão e devoção para a torcida tricolor. Em um jogo que levou mais de 60 mil torcedores às arquibancadas, o espaço mágico onde ecoavam cânticos e vibrações do futebol se tornou palco de uma tragédia anunciada. O acidente foi causado pela negligência com a estrutura do estádio, que apresentava sinais claros de deterioração e havia sido alvo de laudos técnicos ignorados pelas autoridades competentes.
As vítimas, Márcia Santos Cruz, Jadson Celestino Araújo Silva, Milena Vasquez Palmeira, Djalma Lima Santos, Anísio Marques Neto, Midiã Andrade Santos e Joselito Lima Jr., foram homenageadas em meio à dor, enquanto o Brasil lamentava uma tragédia que poderia ter sido evitada.
No fatídico jogo contra o Vila Nova, o empate sem gols ficou em segundo plano diante do horror que se seguiu ao colapso. O buraco que se abriu a 20 metros do chão revelou o resultado de anos de descaso e falta de manutenção em um estádio condenado. Relatos indicam que o caos poderia ter sido ainda maior caso o artilheiro Nonato tivesse convertido um pênalti, potencialmente intensificando a aglomeração no setor afetado.
Seis anos após a tragédia, a Fonte Nova foi reconstruída, com um design moderno e padrões de segurança rigorosos. No entanto, para os torcedores mais apaixonados, o novo estádio não possui a mesma essência do original. E embora a estrutura tenha sido renovada, as memórias das vidas perdidas e da dor do descaso continuam presentes.
Dezessete anos depois, o episódio permanece como um lembrete amargo da necessidade de cuidado com espaços públicos e do impacto da negligência. Apesar das denúncias e investigações do Ministério Público, nenhum responsável foi punido, deixando em aberto um sentimento de injustiça que ecoa junto às lembranças daquela noite trágica.
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